Brasil sai na frente, mas perde Natália e leva a virada para os EUA na final da Liga das Nações

(Foto: Divulgação/FIVB)


Em um primeiro momento, os passos indicaram um fim perfeito. Mas, quando Natália levou a mão à perna esquerda e deixou a quadra, algo desandou. Depois de abrir 2 a 0 no placar, o Brasil viu os Estados Unidos se agigantarem em Nanquim. Sem uma de suas principais jogadoras, a seleção não teve forças para buscar o resultado. Em 3 sets a 2, parciais 20/25, 22/25, 25/15, 25/21 e 15/13, o time americano confirmou o favoritismo e conquistou o bicampeonato da Liga das Nações.

Agora, a seleção brasileira se prepara para a principal competição da temporada. Entre os dias 1 e 3 de agosto, em Uberlândia, o Brasil disputa o Pré-Olímpico em busca de uma vaga nos Jogos de Tóquio, no ano que vem. Na cidade mineira, a equipe enfrenta República Dominicana, Camarões e Azerbaijão.

Resumo do jogo

Nos dois primeiros sets, o Brasil manteve o padrão da semifinal e mostrou força diante do favoritismo americano. Mas, ao perder Natália, a seleção caiu de rendimento e não conseguiu mais buscar o resultado. Gabi, com 19 pontos, e Lorenne, com 18, foram os principais nomes da seleção. Até sair lesionada, Natália também brilhava. Em seus melhores momentos, Macris distribuiu o jogo à perfeição, mas acabou pressionada com o crescimento das rivais. Do lado de lá, Andrea Drews, com 33 pontos, foi o maior nome do jogo. Robinson, com 14, foi o outro destaque.

O momento chave

O Brasil parecia caminhar para o título quando perdeu Natália na reta final do segundo set. Gabi ainda conseguiu garantir a vitória na parcial, mas a seleção não teve fôlego para fechar o jogo e acabou levando a virada em Nanquim.

Os sets:

O bom saque de Macris atrapalhou a recepção americana, e a bola voltou limpa para o lado brasileiro. Ainda assim, o primeiro ataque da seleção, de Natália, parou na rede. Só que o erro foi apenas um porém em um bom início para a equipe de Zé Roberto. Era um jogo equilibrado. Os Estados Unidos se aproveitaram de um momento de nervosismo e abriram 10/6. Zé Roberto, com uma rixa antiga com a árbitra Susana Jativa, não demorou a se irritar com as marcações. “Eu avisei que seria assim”, disse o técnico para a comissão.

Em quadra, a seleção voltou a ter quatro pontos de desvantagem, conseguiu diminuir mais uma vez, mas viu as americanas irem para o tempo técnico com 16/14 na contagem. Só que o Brasil cresceu. No ataque de Bartsch-Hackley, Mara fechou a porta e deixou tudo igual. A central, grande destaque naquele momento, repetiu a dose no lance seguinte e colocou a seleção à frente pela primeira vez no jogo (17/16). O bloqueio, enfim, encaixou, e o Brasil disparou no placar. Bia, com dois pontos seguidos no fundamento, fechou o set em 25/20.

O ataque de Drews para fora manteve o Brasil à frente na volta à quadra. A oposta americana, porém, era a esperança rival para equilibrar o jogo. Tanto que era procurada a todo momento pela levantadora Carlini. Mas o Brasil soube se manter firme. No primeiro tempo técnico, vantagem de 8/7. Na volta, Natália, com um bloqueio espetacular sobre Drews, ampliou. Dois pontos seguidos da oposta, porém, deram o empate aos Estados Unidos.

O equilíbrio se manteve. Ao errar uma bola de segunda, Macris deu o ponto de graça para as americanas, que passaram à frente. Em uma sequência de erros, o Brasil permitiu que os Estados Unidos abrissem 16/13 na segunda parada técnica. Mas o Brasil voltou a crescer. Gabi, que não estava bem no ataque, explorou o bloqueio, diminuiu a diferença para apenas um ponto e festejou como se afastasse o momento ruim. Pouco depois, o susto. Ao se aproximar da rede para se preparar para um ataque, Natália sentiu dores musculares na perna esquerda e deixou a quadra. O jogo pareceu desandar. Só pareceu. Os Estados Unidos abriram vantagem, mas foi quando Gabi tomou a ação para si. A ponteira liderou o time brasileiro à vitória na parcial: 25/22.

O Brasil se manteve forte na volta à quadra e abriu 3/1. Os Estados Unidos, porém, quiseram reagir e tomaram a frente logo na sequência. As americanas cresceram. Em um momento de instabilidade do time brasileiro, as rivais abriram 10/7 na contagem, e Zé Roberto pediu tempo. Mas o momento era todo dos Estados Unidos. A vantagem, aos poucos, cresceu. O técnico brasileiro, então, mandou a jovem Tainara à quadra. O Brasil ensaiou uma reação, mas esbarrou na força das pancadas de Drews: 25/15.

A seleção tentou esquecer a parcial anterior e voltou a forçar o jogo no retorno ao quarto set. Mas o Brasil já não tinha a mesma facilidade para colocar a bola no chão. Os Estados Unidos logo tomaram a frente mais uma vez. Mas o time brasileiro sabe se superar quando precisa. Na marra, virou o placar depois de um ace de Gabi: 8/7. Àquela altura, tudo voltou a se encaixar. Macris, em um novo jogo memorável, deixou a bola limpa para Mara fuzilar e abrir 10/7. Foi a vez de Kiraly parar o jogo.

O Brasil se manteve à frente e chegou a abrir 15/13. Mas os Estados Unidos reagiram depois de uma série de erros da seleção brasileira e foram para a segunda parada técnica com 16/15. As americanas se aproveitaram do nervosismo brasileiro e ampliaram para 19/15. Zé parou o jogo duas vezes seguidas para tentar arrumar a casa. O time ainda tentou ensaiar uma reação, mas viu o jogo se encaminhar para o tie-break: 25/21.

Na tensão da volta à quadra, o Brasil viu Lorenne marcar os três primeiros pontos da seleção, abrindo 3 a 1. Mas as americanas não demoraram a buscar. Com Robinson inspirada, as rivais passaram à frente em 5/4. A equipe de Zé Roberto se perdeu em quadra e viu os EUA dispararem em 8/5. Na marra, o Brasil conseguiu diminuir a diferença para apenas um ponto (10/9). Os EUA voltaram a abrir e fizeram 14/11. No desespero, o time ainda conseguiu evitar dois match points, mas a esperança de uma reação caiu no toque de Carol na antena: 15/13.

Escalações:
Brasil: Macris, Lorenne, Mara, Bia, Gabi e Natália. Líbero: Léia. Entraram: Paula Borgo, Roberta, Amanda e Tainara. Técnico: José Roberto Guimarães.

EUA: Carlini, Drews, Ogbogu, Washington, Robinson e Bartsch-Hackley. Líbero: Courtney. Entraram: Thompson, Poulter, Larson e Dixon. Técnico: Karch Kiraly.

Globo Esporte

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