Polícia Civil e MP investigam esquema de manipulação de resultados na Paraíba

(Foto: Reprodução)


Um dia após a decisão do Campeonato Estadual, o futebol paraibano foi pego de surpresa com uma operação da Polícia Civil e do Ministério Público que movimentou 39 mandados de busca e apreensão nas cidades de João Pessoa, Bayeux, Cabedelo, Campina Grande e Cajazeiras. A operação Cartola investiga uma organização criminosa por falsidade ideológica e manipulação de resultados no futebol profissional da Paraíba.

Uma coletiva está marcada para as 10h, na Central de Polícia, para dar maiores detalhes da operação. De acordo com o delegado Lucas Sá, o suposto esquema de manipulação de resultados envolveria vários campeonatos, inclusive o deste ano.

A ex-presidente da FPF, Rosilene Gomes, está entre os alvos da investigação. Na madrugada desta segunda-feira, agentes do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) e da Polícia Civil estiveram na casa da ex-dirigente cumprindo um dos mandados e apreendendo vários documentos. O atual presidente da FPF, Amadeu Rodrigues, além de clubes (entre eles Botafogo-PB, Campinense e Treze) também estão sendo investigados.

As investigações têm por objetivo apurar crimes cometidos por uma organização composto por membros da Federação Paraibana de Futebol (FPF), Comissão Estadual de Arbitragem da Paraíba (CEAF), Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol da Paraíba (TJDF-PB) e dirigentes de clubes de futebol profissional da Paraíba.

A Polícia Civil conta com equipes de monitoramento e vigilância, que analisaram centenas de documentos e realizaram diligências durante seis meses de investigações. O cumprimento de mandados conta com a atuação de 230 policiais civis.

Federação se defende

De acordo com o advogado da FPF, Hilton Souto Maior, a operação foi iniciada a partir de informações falsas repassadas pelo vice-presidente da federação, que está em uma briga política com o atual presidente. Ainda de acordo com o advogado da FPF, o último balancete da federação foi aprovado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

De acordo com a Gaeco, foi possível identificar dois núcleos na organização criminosa com aproximadamente 80 membros identificados, sendo o primeiro núcleo, considerao o líder, formado por membros da FPF, Ceaf e dirigentes de clubes de futebol profissional.

- Este núcleo é responsável pelas decisões mais importantes relacionadas ao meio do futebol Paraibano e conta conta com uma sofisticada rede de proteção, elevado grau de articulação institucional - cita a nota enviada pelo Ministério Público.

O segundo núcleo é formado por membros executores ligados à Ceaf (arbitragem), funcionários da FPF e de clubes de futebol, que atuam segundo a mando do primeirto núcleo, ainda de acordo com o Ministério Público. Por conta do sigilo das investigações, os detalhes sobre o modo de atuação dos investigados, individualização das condutas e demais características da organização só vão ser divulgados posteriormente, após a conclusão da investigação.

Globo Esporte

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