Corinthians tem negociações "quentes" para patrocínio master, diz diretor

(Foto: Divulgação)


O contrato entre Corinthians e Caixa Econômica Federal se encerrou em abril, mas o banco ainda negocia para voltar a ser patrocinador master do clube. É o que afirma Fernando Sales, diretor de marketing do Timão. Ele acrescenta ainda que outras duas empresas estão com negociações avançadas pelo principal espaço publicitário do uniforme.

Segundo o dirigente, uma série de exigências da empresa estatal, antiga parceira, impediram a renovação do vínculo há quatro meses. Agora, Corinthians e Caixa tentam flexibilizar algumas cláusulas contratuais para chegarem a um acordo.

A Caixa era parceira desde 2012, e pagou R$ 30 milhões por ano em seu último contrato. Atualmente, o Timão conta com os seguintes patrocínios: Minds (mangas) Alcatel (costas), Universidade Brasil (ombro), Cia do Terno (barra frontal da camisa), Foxlux (barra traseira da camisa) e Hunter Sports (calção).

Em entrevista ao GloboEsporte.com, Fernando Sales explicou as conversas com a Caixa e detalhou as negociações pelo patrocínio master. Confira o que disse o diretor de marketing corintiano:

O Corinthians se arrepende de não ter aceitado as condições da Caixa para renovar o contrato de patrocínio master?
– Ninguém aqui é doido de rasgar dinheiro. O contrato com a Caixa só não foi para frente porque não era bom para o Corinthians. Algumas cláusulas eram duras de atender, outras não dependiam da gente e geravam multas em caso de descumprimento. Muitas coisas, ok, qualquer cliente pede. Outras, não. Eu entendo a Caixa, afinal é dinheiro público, eles têm que prestar contas, há o TCU (Tribunal de Contas da União) que vai auditar esse contrato.

Mas essas cláusulas não estavam no antigo contrato?
– Eram exigências novas. Aí a gente falou: vamos ter problema. Para falar a verdade, estamos tentando acertar até hoje. Nosso contato com a Caixa não parou. Houve mudanças de pessoas lá, e existe ainda uma conversa para ver o que eles conseguem flexibilizar e o que a gente consegue se adaptar e atender.

Então você ainda acredita que não ter renovado foi a melhor decisão?
– O torcedor pode ter certeza: se a gente não renovou, é porque do jeito que estava não era bom. É melhor passar um pouco de aperto financeiro, mas quando fechar ter um negócio bom para todo mundo.

Independentemente de haver acerto com a Caixa, o Corinthians confia que terminará o ano com um patrocínio master?
– Temos corrido atrás, é um investimento alto, até porque não queremos um patrocínio de quatro meses ou pontual, buscamos uma relação com o parceiro. Até porque sabemos que temos uma equipe aqui fera para entregar ativação. O que fazemos com a Estrela Galicia gera um resultado impressionante. Criamos o Esquenta da Fiel para ele poder ter chance de vender cerveja na Arena, já que a legislação de São Paulo não permite durante as partidas.

Insisto: você acredita que o clube terminará o ano com um anunciante no espaço principal da camisa?
– Eu estava torcendo tanto para a gente dar um notícia boa para a torcida antes do jogo contra o Flamengo (dia 30 de julho), mas não foi possível. Além da Caixa, estamos conversando com duas empresas, e está bem quente. A gente tem proposta até de agência de marketing esportivo, mas a gente não quer partir para um negócio desse. Se alguém pegar e falar que vende um contrato de dois anos, a gente faz na hora. Porque queremos ter uma relação, não posso ficar vendendo o master em jogo picado. O clube precisa de dinheiro, mas não posso queimar o produto, que é o de maior audiência na TV atualmente.

Não vale aceitar um valor menor em vez de seguir pedindo R$ 30 milhões e não conseguir parceiro algum?
– Qual o valor que a camisa tem? Além de todo o valor intrínseco, de paixão, de adesão, enfim... tudo isso que o Fiel Torcedor traz para a camisa, tem a conta que o cliente faz: quanto eu invisto e quanto eu tenho de retorno? Se você pegar os dados, verá que o Corinthians é o clube que dá maior audiência em qualquer emissora de TV. Portanto, continuo mantendo o mesmo preço para o patrocínio master. Além disso, com a boa fase, o Corinthians está explodindo ainda mais. Isso significa que o custo da camisa do Corinthians hoje é mais barato do que no ano passado, porque atinjo mais pessoas.

Como explicar que o líder do Brasileirão é o único grande de São Paulo sem patrocínio master?
– É preciso tirar desse comparativo o Palmeiras, que vive uma bolha. A gente já teve algumas aqui também. Isso não é o normal do futebol. E todos os outros clubes estão sofrendo com patrocinadores. Não sei quanto a Caixa paga ao Santos e quanto o Banco Inter paga ao São Paulo, mas pode ter certeza que foi difícil fazer a conta. A gente sofre aqui também, todos sofrem.

O que você quer dizer com "o Palmeiras vive uma bolha"?
– É uma situação que uma hora acaba, assim como a gente teve Hicks Muse e Banco Excel, há alguns anos, que botavam muita grana no clube. A gente também viveu uma bolha. O próprio Palmeiras teve a Parmalat.

Acha que esse modelo de parceria entre Palmeiras e Crefisa poderia ser replicado no Corinthians com alguma outra empresa?
– Eu acho muito difícil ter algo aqui como acontece no Palmeiras. Eu nem sei se para o futebol é bom. E a hora que o negócio acaba, como fica? Nem sei se é bom ter todos os ovos em uma cesta só, é legal ter a receita vindo de áreas diferentes, caso algum parceiro fosse embora.

Mas e se a Leila (Pereira, dona da Crefisa) viesse ao Parque São Jorge e...
– [Interrompe] A gente aceitaria fácil, não estou dizendo que o Palmeiras está certo ou errado, não quero fazer esse julgamento. Se qualquer clube tiver a chance de receber um investimento desse tamanho, tem mais é que aceitar mesmo, você vai rasgar um cheque? Só acho que o time tem que se preparar para quando esse parceiro for embora.

Globo Esporte

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