Amizade e paixão por ralis unem piloto e navegador pela primeira vez no Rally dos Sertões

(Foto: Sanderson Pereira)

Por Nicholas Araujo
Redação Blog do Esporte


A partir do dia 20 de agosto, os estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul serão palco para a edição de 2017 do Rally dos Sertões. O segundo maior rali cross country do mundo passará pelas belas paisagens do Pantanal, com saída em Goiânia no dia 20 de agosto e chegada em Bonito (MS) no dia 26 de agosto. Ao todo, serão mais de 3.300 km percorridos pelo país.

O evento teve sua abertura oficial na quarta-feira (16) no Autódromo Internacional de Goiânia e nesta quinta serão realizadas as vistorias administrativas e técnicas para que o evento possa ter início.

Neste ano, o evento contará com várias atrações nas cidades percorridas, além de novos competidores como é o caso do piloto Alexandre Silveira, que fará dupla com o navegador Pedro Eurico, que participa pela segunda vez da prova. A dupla integra a ASX Racing Team e vai pilotar uma Mitsubishi motor 2.0 com 195 cavalos de potência.

Amigos desde 2009, Silveira e Eurico nunca haviam participado de uma competição juntos, até que surgiu a ideia desta parceria. “Este ano, em uma conversa durante um jantar, foi levantada esta hipótese e ambos gostaram da ideia”, explica Silveira.

Apaixonados por ralis e corridas, a dupla chegou a disputar a Copa Peugeot de Rally de Velocidade, além do Mitsubishi Cup e do Brasileiro de Cross Country, e o Rally dos Sertões é um sonho antigo de cada profissional. “O Rally dos Sertões é o segundo maior rali do Mundo. Os obstáculos e superações são grandes incentivos para a formação de um grande piloto. Os melhores sempre passaram pelo Rally dos Sertões, pois nem todos conseguem superar este desafio”, comenta Silveira.

“Esse é o meu segundo Rally dos Sertões como competidor. O Sertões é uma prova muito dura, difícil, é o segundo maior Rally do mundo. E primeiro a gente tem que respeitar o Rally. O objetivo é a gente andar bem, mas primeiro de terminar a prova. Quem não termina a prova não ganha”, conta Eurico.

Alexandre Silveira (esq.) e Pedro Eurico (Foto: Arquivo pessoal)

A competição

Ao mesmo tempo que o Rally do Sertões é um sonho para cada piloto, estar em uma prova dessas necessita de muito preparo físico. Os participantes estarão expostos a temperaturas acima de 40º, deverá estar bem equipado com capacete, macacão, balaclava (a touca ninja), controlar o carro em todos os terrenos e movimentos, equilibrar a adrenalina que acontece todo o tempo e redobrar a atenção.

Silveira e Eurico contam que há um acompanhamento físico e mental para pilotar bem, além de uma alimentação balanceada e reforçada para nada sair errado. “A preparação para isso é uma boa forma física, especialmente voltada para a questão da resistência. A gente termina perdendo peso por consequência da preparação física, mas o mais importante é que a resistência esteja em dia, que a respiração, que o controle do batimento cardíaco esteja em dia para que se possa aguentar períodos de até oito ou até nove, dez horas dentro de um carro de competição, o que não é fácil”, explica Eurico.

“O corpo e a mente são muito exigidos, quando estamos muito cansados, nossos reflexos e percepções diminuem, possibilitando a qualquer momento um acidente. Em nossa equipe, a comida é balanceada, e teremos acompanhamento de um fisioterapeuta, para que o corpo e a mente estejam preparados para o dia posterior”, diz Silveira.

(Foto: Sanderson Pereira)

Título

A dupla tem os pés no chão ao falar de título no Rally dos Sertões. Eles afirmam, em primeiro lugar, conseguir fazer uma boa corrida e completar a prova sem nenhum imprevisto.

“Acredito que o Sertões são etapas. A primeira é conseguir completar todos os dias dentro do tempo máximo permitido, a consequência será automaticamente brigar pela competição”, conta Silveira.

“É o que eu falei, eu sempre acho que o Rally escolhe os seus campeões. Eu vim aqui para competir e vou fazer o meu melhor. O ganhar é consequência, é resultado de uma boa participação. A gente vai entrar para andar forte, mas temos essa consciência que os outros competidores são fortes, alguns que já tem vários Sertões, então têm mais experiência do que a gente nesse tipo de prova. Então, sabemos que o resultado é possível”, diz Eurico.

(Foto: Mario Machado)

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