Mesmo com contrato para construção de autódromo no Rio, MPF pede suspensão de acordo

(Foto: Divulgação)

Por Redação Blog do Esporte


O presidente Jair Bolsonaro anunciou no dia 8 de maio que o Rio de Janeiro voltaria a receber os GPs de Fórmula 1. O presidente disse que iria viabilizar a construção do autódromo em um terreno cedido pelo Exército no bairro de Deodoro, zona norte do Rio.

Na mesma semana, a própria organização da F1 desmentiu Bolsonaro em relação que a “Fórmula 1 que escolheu voltar ao Rio de Janeiro”. Neste primeiro momento, a F1 se manteve firme de que o GP do Brasil de 2020 continuaria em São Paulo, no autódromo de Interlagos.

Mesmo assim, foi aberto o edital para a apresentação de projetos de construção do autódromo do Rio. Apenas uma empresa apresentou o projeto e ganhou a licitação. A Rio Motorsports apresentou o modelo com grandes nomes do universo esportivo, onde a arquitetura seria de responsabilidade da Tilke Engineers & Architechts, do alemão Hermann Tilke, que foi responsável pelos circuitos de Sepang, na Malásia e do Circuito das Américas, nos Estados Unidos, Xangai, China e Rússia.

Agora, no início desta semana, o Ministério Público Federal (MPF) entrou com um pedido para suspender o acordo realizado. No pedido, o MPF alega que é necessário apresentar e aprovar o Estudo Prévio de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) pelo órgão ambiental licenciador, e que também seja expedida a licença prévia visibilizando a construção do novo empreendimento.

“A construção do autódromo na floresta de Camboatá, em Deodoro, é dada como certa pelo Poder Público nas três esferas de governo, ainda que não tenha sido elaborado Estudo de Impacto Ambiental para verificar a viabilidade do empreendimento e as alternativas locacionais”, destaca o procurador da República Renato Machado.

A ação pede também a criação de uma unidade de preservação no local, juntos com ações da Prefeitura.

“Os terrenos também pertencem ao Exército Brasileiro e poderiam ser cedidos pela União ao município para a construção do Autódromo, nos mesmos termos propostos para a Floresta de Camboatá. Ademais, a criação da Unidade de Conservação Municipal Floresta de Camboatá poderia ser uma das medidas compensatórias a serem implementadas pelos empreendedores”, argumenta.

Em resposta, a Rio Motorsports se disse “surpresa” com a decisão, mas assegura, em comunicado, não haver problemas com questões ambientais nesta etapa da licitação.

"A Rio Motorsports informa sua surpresa com o pedido de liminar protocolado pelo Ministério Público para suspensão do processo licitatório. Haverá um momento próprio para avaliação e aprovação técnica da licença ambiental para a construção do autódromo. A continuidade do certame, neste momento, não traz qualquer prejuízo ao meio ambiente nem impede o andamento normal de exame dos requisitos ambientais no momento apropriado", diz a nota.

Comentários