(Foto: Clive Brunskill/Getty Images) |
O maior domínio já visto na história do tênis. Em um duelo de altos e baixos, Rafael Nadal levantou o troféu de Roland Garros pela 12ª vez na carreira. O espanhol voltou a derrotar o austríaco Dominic Thiem por 3 sets a 1 na reedição da final do torneio, parciais de 6/3, 5/7, 6/1 e 6/1, em 3h01 de jogo neste domingo (9). Ele segue invencível em finais no torneio parisiense, com 12 vitórias e nenhuma derrota.
É o 18º título de Grand Slam de Rafael Nadal na carreira. O atleta de 33 anos é o segundo maior campeão em Majors, apenas atrás do rival suíço Roger Federer, com 20 títulos. Em Roland Garros, Nadal é rei. O título consagra o espanhol como maior campeão em um torneio Grand Slam da história. Ele já era o maior campeão de Roland Garros, mas estava empatado com a australiana Margaret Court, que tem 11 títulos de simples no Aberto da Austrália.
- Dominic, desculpe porque você é um dos melhores exemplos que temos no circuito. Trabalhador, sempre com um sorriso no rosto. É uma inspiração para mim e para tantas crianças. Eu sei o quão duro é perder finais. Assim é esporte. Se eu tivesse que perder para alguém, que fosse para você. Ter esse troféu aqui comigo é incrível - disse Nadal após levantar o título.
Seu recorde na competição é de 93 vitórias e apenas duas derrotas. As únicas duas derrotas foram em 2009, para o sueco Robin Soderling nas oitavas, e em 2015, para Novak Djokovic, nas quartas. Em 2016, desistiu da competição após a segunda rodada por dores no punho.
- É muito difícil agora. Eu dei tudo de mim mesmo. Eu amo esse torneio com todo meu coração. Recebi todo o suporte. Rafa, claro que estou muito triste por perder, mas você é um campeão tão incrível, é uma lenda. Doze vezes aqui é inacreditável - disse Thiem, na cerimônia.
Na reedição da final, Thiem não aguentou a intensidade que Nadal imprimiu desde o primeiro game. Chegou até a roubar um set pela primeira vez em quatro confrontos contra o espanhol em Paris. Mas Nadal mostrou porque é o rei do saibro. Exigiu o mais alto nível dos adversários, como sempre, e mostrou porque é o maior da história no piso.
Além de dar uma nova mordida no troféu, Nadal embolsa 2,3 milhões de euros (cerca de R$ 10,1 milhões) e defende os 2 mil pontos no ranking. Ele segue na segunda posição, atrás do líder Novak Djokovic: 12.715 contra 7.945.
A conquista de Nadal também consolida a hegemonia dos trintões no circuito, inédita na história do tênis. Ele, Djokovic e Federer conquistaram os últimos 10 Grand Slams no circuito.
O jogo
Ralis insanos. Pancadas de um lado, defesa do outro. A intensidade que Nadal e Thiem atingiram logo nos primeiros pontos dava sinais de que a final prometia. O austríaco começou o jogo se defendendo bem e aguentando o forehand de Nadal. Contra-atacou bem quando teve as oportunidades e conquistou a quebra para sacar em 3/2.
Mas, depois de 45 minutos, Nadal foi Nadal. Pouco a pouco, o desafiante caiu de nível, passou a cometer erros e o espanhol passou a ditar os pontos com sua tática mais agressiva. Venceu quatro games seguidos e fechou a parcial.
O bote de Dominic Thiem
Thiem mostrou que amadureceu e passou no desafio mental. Conseguiu se manter no jogo do segundo set, sem break points até o game decisivo. O austríaco deu o bote na hora certa. Só tinha vencido um ponto em cinco games de saque do adversário no set.
Quando Nadal sacava para forçar o tiebreak, Thiem pegou o espanhol de surpresa, venceu quatro pontos e quebrou para empatar o jogo. Mas não deu nem tempo para sonhar com a virada.
Vencer um set de Rafael Nadal não é para qualquer um. Seguir focado depois disso é ainda mais difícil. O início do terceiro set foi um passeio: 16 pontos a 1 para Nadal abrir 4/0. O austríaco baixou o nível por menos de 15 minutos, mas foi o suficiente para que o Touro Miúra tomasse as rédeas novamente e não perdesse o controle da partida.
O espanhol mostrou muito talento na rede e pouco se incomodou com a tática do oponente de variar ao tentar utilizar as curtas. Venceu 23 de 27 pontos que subiu à rede, com direito a bate-pronto e até voleio com backspin (quica e volta).
Depois de colocar uma mão no troféu, o número 2 do mundo não olhou para trás. O adversário não conseguiu encontrar respostas para esboçar a reação e Nadal manteve a dinâmica do set anterior para consolidar a vitória e cair no chão de emoção, como se fosse a primeira vez.
Globo Esporte
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