Mário Bittencourt vence eleição e é o novo presidente do Fluminense

(Foto: Thiago Ribeiro)


Depois de Peter Siemsen e Pedro Abad, os sócios do Fluminense deram fim ao período de hegemonia política da Flusócio. Neste sábado, dia 8 de junho, Mário Bittencourt venceu Ricardo Tenório na eleição antecipada e se tornou o novo presidente tricolor. O mandato será de três anos e meio, até o final de 2022, e começa oficialmente na segunda-feira, data da posse.

Mário Bittencourt obteve 2225 votos. Ricardo Tenório alcançou 1032 votos. O número de brancos e nulos foi de 5 e 24, respectivamente. Foram 3286 votos no total.

Em sua primeira coletiva (confira outras respostas no fim da matéria) como presidente tricolor, Mário falou sobre medidas emergenciais a serem tomadas.

- A gente trabalhou muito com o sigilo. Algumas coisas a gente já encaminhou, como o parcelamento da dívida trabalhista. Tivemos duas boas reuniões com possíveis patrocinadores. Essa antecipação da eleição traz a dificuldade de assumir com o trabalho já iniciado no futebol. Mas a parada da Copa América nos dá a chance de resolver os problemas de forma emergencial. Seria leviano se falasse que resolveria tudo agora.

Tanto Mário quanto Tenório se intitulavam como oposição, embora os dois tenham integrado, em diferentes momentos, cargos nas últimas administrações do grupo político de Abad, o atual mandatário. No auge da crise do ano passado, com intensos protestos de torcedores, o dirigente decidiu pela antecipação do pleito, originalmente marcado para novembro.

A posse será na segunda em cerimônia no Salão Nobre das Laranjeiras - Celso Barros, ex-presidente da Unimed-Rio, antiga patrocinadora do clube, foi eleito vice-geral. Os 150 conselheiros titulares e os 50 suplentes, porém, assumirão seus cargos apenas em 1º de dezembro. Até lá, a atual composição, comandada pelo presidente Fernando Leite, continua.

Tranquilidade marca votação

O dia foi tranquilo, o que contratou com a intensa divisão política do clube. Nenhum incidente foi registrado nas Laranjeiras das 9h às 18h, o horário de votação. Mário e Tenório passaram o período todo no clube, conversando com apoiadores e opositores.

Confira outros tópicos da entrevista de Mário Bittencourt e Celso Barros:

Papo com Fred

Ele me ligou à tarde mesmo, eu estava na correria atendendo as pessoas. Falei que estava ansioso, ele disse que estava acompanhando pela internet. Agora, ele não está mais ansioso, afinal, deve ter visto o resultado. Celso trouxe em 2009, eu renovei o contrato em 2015. É meu amigo. Ele ligou como amigo. Com relação a grandes jogadores, temos desejo de trazer, sim.

Desde que o Fluminense, primeiro, cumpra as suas obrigações, pague salários e tenha patrocinador. Todos que falamos entenderam que o Fluminense precisa se recuperar. Eles precisam entender e já entenderam isso. Neste ano? Essas coisas acontecem e não vamos jogar para a galera. Se der para esse ano, ótimo. Caso contrário, começamos em 2020.

Celso Barros fala sobre os salários atrasados do elenco

Era importante falar com os jogadores para eles saberem que a gente vai lutar para resolver as pendências de salários. A gente vai lá para dizer que estamos juntos com eles. E eles têm de estar juntos com a gente. O Fluminense pagou março. Temos em atraso ainda abril e maio.

Celso Barros fala sobre objetivos em 2019 no futebol

É claro que a Sul-Americana é importante. No ano passado, poderia ter chegado na final. É um caminho rápido chegar na Libertadores. No Brasileiro, temos de olhar a nossa atual realidade. Estamos muito perto da zona do rebaixamento. Temos de chegar lá e conversar com a comissão técnica e os jogadores. Não formamos esse grupo, mas contamos com ele. Vamos ver com calma a questão das contratações.

Mário explica como foi a conversa com Abad pouco antes do resultado oficial ser divulgado

Eles nos chamou assim como o Tenório, ainda não havia o resultado oficial. Ele queria passar alguns atos importantes. Mas não foi nada relevante. Era um funcionário que estava saindo. Falou da necessidade de se ter um novo tesoureiro para assinatura de cheques, por exemplo. Ele se antecipou e nos convidou para irmos ao hotel e conhecer o elenco amanhã antes do Fla-Flu. Celso e eu dissemos que iríamos ao hotel para não invadir o vestiário que é sagrado. Iremos lá após o jogo apenas.

Relação com o Conselho Deliberativo

A relação tem de ser a melhor possível. O Conselho é do Fluminense. Ele tem de liberar a favor do Fluminense. Algumas cadeiras estão vagas, acho que 54 vagas. Serão, então, alguns conselheiros nosso que vão entrar agora. E será meio a meio até dezembro, quando todos entrarão.

Mário fala de Ricardo Tenório

Falar sobre isso agora seria, da minha parte, eu não gostaria. Eu já fui derrotado em uma eleição em 2016. É um dia difícil. Mesmo após a saída dele não deixamos de nos falar. Falamos hoje, demos risadas. Todo e qualquer tricolor pode ajudar, mas isso depende do lado de lá.

Mário é perguntado sobre processo que Unimed-Rio cobra R$ 35 milhões do Fluminense na Justiça

O Fluminense precisa reparar muitas coisas, especialmente pagar as suas dívidas. Essa pergunta foi feita na campanha. Celso não faz parte mais da antiga patrocinadora, que busca seus direitos na Justiça. Assim como o Fluminense se defende. Se houver alguma decisão favorável ao Fluminense, nós dois ficaremos satisfeitos. Se for desfavorável, temos de pagar. O Fluminense precisa voltar a honrar seus compromissos.

Globo Esporte

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