Indiana do tênis de mesa acusa técnico de obrigá-la a entregar jogo em seletiva para Tóquio

 (Foto: Robertus Pudyanto/Getty Images)


A jogadora indiana de tênis de mesa Manika Batra acusou o treinador da seleção de seu país, Soumyadeep Roy, de pressioná-la para entregar uma partida durante a seletiva olímpica deste ano, realizada no mês de março. Por causa do pedido, ela se recusou a ser orientada por ele nas Olimpíadas de Tóquio, que terminaram em 8 de agosto.

Manika, atual número 56 do ranking mundial, foi questionada pela federação nacional de tênis de mesa de seu país sobre o motivo de ter recusado a ajuda do técnico durante os Jogos. A entidade chegou a dizer que ela desonrou as premissas do esporte ao fazê-lo.

- Além da necessidade de evitar perturbações devido à sua intervenção de última hora, havia uma razão adicional e muito mais séria por trás da minha preferência por jogar sem o técnico nacional. O técnico nacional me pressionou durante o torneio de qualificação em Doha, em março de 2021, para entregar minha partida a uma atleta treinada por ele e permitir que ela se classificasse para as Olimpíadas. Em resumo, para se entregar à manipulação de resultados - afirmou Manika em declaração ao secretário-geral da federação local de tênis de mesa, Arun Banerjee.

Soumyadeep Roy não foi encontrado pela entidade para dar sua versão do caso. Manika acabou se classificando para as Olimpíadas de Tóquio, onde chegou à terceira rodada da chave feminina, melhor resultado da história da Índia na modalidade. Sutirtha Mukherjee, atleta que treina na academia do técnico, também foi ao megaevento.

- Tenho provas do incidente e estou pronta para apresentá-las às autoridades competentes no momento oportuno. Para me pedir que eu entregasse o jogo, o treinador da seleção foi ao meu quarto de hotel e falou comigo durante quase 20 minutos. Ele procurou promover a sua próprio atleta por meios antiéticos (...) Imediatamente relatei o assunto a um oficial da federação. Decidi não obedecer ao pedido antiético do técnico. Mas sua intimidação e pressão tiveram efeito sobre meu psicológico e, consequentemente, minha atuação. Durante as Olimpíadas, queria evitar falar para não haver um efeito desmoralizante. Como jogadora que representa a Índia, era meu dever servir ao meu país da melhor maneira possível - disse Manika.

O caso segue sob investigação da federação local de tênis de mesa.

Globo Esporte

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