Discordância de Scarpa em negociações dificulta definição de futuro no Flu

 (Foto: Lucas Merçon/Fluminense FC)


Uma declaração de Paulo Autuori, na coletiva de abertura da temporada, na quinta-feira, trouxe um fato novo no imbróglio de Gustavo Scarpa, aniversariante desta sexta, que segue sem se reapresentar ao Fluminense em 2018. Disse o diretor esportivo sobre o meia:

- Havia negociações extremamente bem encaminhadas e praticamente definidas pelas duas partes. E não foi nem pelo Fluminense e tampouco pela outra instituição que o negócio não aconteceu.

O jogo duro do camisa 10 e da OTB - empresa que gerencia a sua carreira - é mais um dos ingredientes da tumultuada relação entre as partes. Adia a definição de futuro e gera incômodo, afinal, inviabilizou as tratativas com Corinthians e Palmeiras quando elas estavam prestes a ser concretizadas. O GloboEsporte.com tentou contato com Scarpa e o empresário do jogador, mas não obteve sucesso.

Resumo dos casos é: enquanto os clubes paulistas acertaram empréstimo de um ano com o Tricolor, o atleta queria acordo por duas temporadas. O que não era interessante ao Flu.

Ciente da vontade do meia em mudar de ares, o Flu admitiu perder o jogador no começo de dezembro. Desde que ou tivesse remuneração adequada ou conseguisse uma troca para dar mais opções a Abel Braga.

O Tricolor, no entanto, não entendeu a postura do atleta de não se reapresentar na pré-temporada e vive a apreensão de que o meia possa entrar na justiça para tentar liberação devido ao atraso de pagamentos. Após tentar contato na quarta-feira, a postura do clube é aguardar o retorno e apresentação de Scarpa.

Por isso, Autuori falou em gratidão na coletiva. E lembrou do esforço feito na renovação do ano passado, que teve aumento salarial.

Entenda o que travou cada negociação

Palmeiras: havia acerto entre os clubes na troca de Scarpa por Hyoran e Róger Guedes. Abel entrou em ação para convencer o atacante, antes relutante, a se transferir ao Rio. Na última hora, porém, os representantes de Scarpa bateram pé. Queriam que o empréstimo fosse de dois anos e não apenas um. O negócio emperrou. 

Corinthians: houve demora na definição do modelo de negócio. Representantes de Scarpa sugeriram venda. Como tem apenas 40% dos direitos do jogador, o Tricolor jogou o valor lá em cima: R$ 23 milhões, de acordo com a direção paulista. Nada feito. Troca-troca enfrentou o primeiro "não" pois Lucca não quis conversar com o Flu. Depois, com Léo Príncipe e Giovanni Augusto, o problema foi o mesmo do Verdão: Scarpa queria ir por empréstimo de dois anos.

São Paulo: o tricolor paulista fez uma proposta de R$ 11,5 milhões mais jogadores em troca, oferecendo seis nomes para o Flu escolher. O clube das Laranjeiras não concordou - desejava Cueva e Reinaldo, atletas que o São Paulo não admitia negociar. O time paulista também havia colocado uma cláusula em que pagaria os salários dos jogadores emprestados, caso o Flu não conseguisse pagar, mas os valores seriam abatidos de uma futura compra do Scarpa, o que foi recusado pelo clube carioca.

Se fosse emprestado por dois anos, Scarpa teria pouco tempo de Flu no retorno. Ele tem contrato até metade de 2020. O Flu lhe deve férias e 13º de 2016 e 2017 assim como um mês de CLT e quatro meses de direitos de imagem.

Globo Esporte

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