FIA conclui que não há culpados em acidente que matou Hubert em Spa-Francorchamps

(Foto: EFE)


A FIA (Federação Internacional do Automobilismo) chegou a uma conclusão a respeito do acidente que provocou a morte de Anthoine Hubert, piloto da Fórmula 2, em Spa Francorchamps, na Bélgica, em 31 de agosto do ano passado.

Segundo comunicado da federação divulgado nesta sexta-feira, no qual são relatados detalhes do acidente, não é possível culpar os pilotos ou mesmo os voluntários da prova pelo ocorrido.

O ocorrido envolveu quatro pilotos: o suíço Ralph Boschung; o italiano Giuliano Alesi; e as vítimas, o americano Juan Manuel Correa, que se recupera dos ferimentos causados no acidente, e o francês Anthoine Hubert, de 22 anos, que não resistiu ao impacto e morreu.

"Uma cadeia de eventos resultou em uma longa e complexa batida sequencial envolvendo quatro pilotos, que levou a um impacto em "T" em alta velocidade entre os carros de Juan Manuel Correa e Anthoine Hubert. Não houve uma única causa específica, mas diversos fatores que contribuíram com a severidade do acidente foram identificados", informou a FIA em seu site oficial.

O acidente, que durou 14s6 ao todo, aconteceu na primeira corrida da Fórmula 2 em Spa-Francorchamps, logo no segundo giro. Giuliano Alesi perdeu o controle da direção na Eau Rouge, e levou menos de dois segundos para atingir a barreira de proteção.

Em seguida, Ralph Boschung e Anthoine Hubert tentaram desacelerar para fugir da batida; Boschung conseguiu, mas Hubert acabou atingindo a traseira do carro do suíço. Ele perdeu a asa dianteira e bateu a 216 km/h, sofrendo um impacto de 33,7 G.

Nesse momento, o americano Juan Manuel Correa se aproximou do local da batida de Alesi e, em cerca de 1s5, teve seu carro atingido por pedaços do carro do também francês.

O carro do americano também ficou danificado, levando o piloto a perder o controle. Após mais 1s6, Correa acabou atingindo o carro de Hubert na lateral, em um ângulo de 87º e a 218 km/h.

A força da gravidade que os atingiu chegou a 81,8 G. A batida foi tão violenta que Correa ficou com os pés expostos e, por pouco, não precisou amputar um deles após sobreviver.

Socorro de prontidão

A FIA também concluiu que tanto os voluntários da prova quanto as equipes de socorro agiram em tempo adequado diante da emergência. As bandeiras amarela e vermelha foram levantadas cerca de 2s6 após os incidentes, assim como o primeiro pedido de resgate foi acionado 12 segundos depois da batida de Alesi.

Ainda vivo, Antoine Hubert, o ferido mais grave, foi recebido para avaliação médica cerca de 54 segundos depois que a bandeira vermelha foi levantada na pista.

Após 16 segundos do impacto, um princípio de incêndio foi contido em dois segundos no carro de Correa, que foi atendido por médicos em quase 1m10. A primeira equipe responsável por remover os restos dos carros da pista chegou ao local dois minutos após o acidente.

"A reação dos fiscais e controladores de corrida em empregar sinalização e serviços de resgate em relação ao acidente foi considerada em tempo e boa", avaliou a FIA.

De acordo com a federação, a investigação nos últimos cinco meses e meio envolveu a análise de depoimentos dos envolvidos, além da análise de evidências físicas, imagens de vídeo e de dados. Os resultados foram aprovados pela Comissão de Segurança da federação.

Globo Esporte

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