Conheça alguns dos principais obstáculos da trajetória de um atleta paralímpico

(Foto: Reuters)


Sérgio Fróes Ribeiro de Oliva é advogado e trabalha no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios. Além disso, o cavaleiro também é um dos maiores nomes do esporte paralímpico nacional. Sérgio, que já participou de 3 Olimpíadas, foi 8 vezes campeão brasileiro e uma vez mundial, está nesse segmento a mais de 15 anos e agora, seus objetivos são os Jogos Paralímpicos de Tóquio, que acontecerão em 2021 diante do adiamento em função da pandemia do coronavirus.

Com grande chance de conquistar a medalha de ouro ano que vem, Sergio intensifica sua busca por patrocínio e destaca as dificuldades dessa empreitada. "O esporte, no ano olímpico, ganha visibilidade, porém, por falta de interesse do empresariado nacional, os atletas não conseguem os patrocínios necessários para financiar os esportes que praticam, sendo difícil convencer as empresas a associar as imagens dos atletas aos negócios que elas pretendem vender", revela o atleta.

A trajetória de um campeão

Sérgio é trigêmeo e nasceu com uma deficiência. Ele tem paralisia cerebral e triplegia (condição que corresponde a perda total das funções motoras em três membros) mas sua condição sempre foi uma motivação a mais para estimular sua superação profissional. "Eu comecei a montar com a equoterapia, em 1989. Daí parei para estudar e voltei a mexer com cavalo em meados de 2002, quando conheci minha treinadora, Marcela Passos, que começou a me incentivar a competir. Fui vendo a possibilidade e gostava bastante", contou Sérgio Oliva em entrevista ao Jornal de Brasília, em 2019.

"Tudo foi acontecendo de forma progressiva. Fui participando de Brasileiro, depois fui campeão no Pan-americano em 2003, na Argentina, e cheguei a campeão mundial em 2007 [Hartpury, Inglaterra]", revelou. "No Rio 2016 fui o único atleta do esporte equestre brasileiro a ganhar medalhas: foram dois bronzes", orgulha-se.

A busca por patrocínio esportivo

O esporte paralímpico ainda apresenta uma certa carência de investimentos, como aponta o cavaleiro Sergio Oliva. "Há pouco investimento aparente no esporte paralímpico, mesmo sendo um ano de Jogos. Isso talvez seja em função do momento econômico do Brasil. As empresas brasileiras não têm a cultura de estimular os esportes pouco conhecidos do público, como é o caso do hipismo", revela.

"O esporte, no ano olímpico, ganha visibilidade, porém, por falta de interesses do empresariado nacional, os atletas não conseguem os patrocínios necessários para financiar os esportes que praticam, sendo difícil convencer as empresas a associar as imagens dos atletas aos negócios que elas pretendem vender", explica o atleta.

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