Lewis Hamilton lança projeto para formar professores negros

(Foto: Mario Renzi - Formula 1/Formula 1 via Getty Images)


Enquanto batalha contra Max Verstappen pelo octacampeonato mundial da Fórmula 1, Lewis Hamilton anunciou a criação de um projeto para a capacitação de professores negros em áreas da ciência e tecnologia. Em parceria com a instituição britânica educacional Teach First, a iniciativa do heptacampeão selecionará 150 educadores ao longo de dois anos para atuar em comunidades carentes no Reino Unido.

- Crianças afro-caribenhas têm duas vezes mais chances de serem expulsas das escolas. Eu fui uma dessas crianças, mas tive apoio da minha família e patrocinadores. Quero entender como posso garantir que jovens que se pareçam comigo não passem por isso. Representatividade é muito importante; temos que trabalhar por um modelo mais sustentável de educação e recrutar mais professores negros, especialmente nas áreas científicas - disse o britânico.

A iniciativa faz parte de sua instituição, a Mission 44, fundada com um investimento pessoal de mais de R$ 140 milhões para capacitar e incluir pessoas negras e racializadas em cargos científicos e tecnológicos no automobilismo.

O projeto foi orientado pelo relatório da Comissão Hamilton, organizada em 2020 pelo piloto para investigar as barreiras no acesso de pessoas não-brancas ao esporte: de 500 mil professores no Reino Unido, 2% possuem origem negra, e quase metade das escolas não possuem um quadro diverso de educadores, realidade que o heptacampeão conheceu em sua infância:

- Eu era um dos cinco ou seis alunos não-brancos, então não tínhamos nada sobre figuras negras. Era muito difícil sentir que pertencíamos ali. Já tive professores que disseram "você nunca vai alcançar nada", mas nunca acreditei nisso. Trabalhamos muito nos últimos 18 meses para isso. Todos merecem a oportunidade de ter uma ótima educação e uma ótima carreira.

Hamilton tem se dedicado desde 2018 a chamar atenção para a diversidade racial dentro do esporte a motor. Com apoio da Mercedes, seus esforços se intensificaram no último ano, estremecido pelo homicídio do afro-americano George Floyd, nos Estados Unidos.

A equipe também possui as próprias iniciativas como o programa Mulberry STEM Academy, para meninas dos 7 aos 18 anos de grupos minoritários; o projeto Ignite, que fornece oportunidades de ensino, apoio e trabalho para estudantes e pessoas não-brancas no automobilismo e o Accelerate 25, cujo objetivo é aumentar sua taxa de funcionários racializados para 25%

A oportunidade de promover conscientização sobre diversidade na F1 foi o que motivou Hamilton, hoje com 36 anos, a permanecer na categoria; em julho, seu vínculo com a Mercedes foi estendido até 2023.

Globo Esporte

Comentários