Ministro que tirou Carille do Corinthians quer encher Arábia Saudita de gringos e acabar com inadimplência

(Foto: Reprodução)


A experiência vivida pelo atacante Felipe Adão, que foi contratado pelo Al-Wehda, da Arábia Saudita em 2016, e que teve de acionar a Fifa para receber salários, não assusta o técnico Fábio Carille, que deixou o Corinthians para acertar contrato de dois anos com o clube nesta semana.

Isso porque o futebol da Arábia Saudita vive completa transformação desde que passou a ser administrado pelo governo.

Presidente da Autoridade Esportiva Geral e do Comitê Olímpico da Arábia Saudita, o ministro Turki bin Abdulmohsen Al-Sheikh é o homem-forte do futebol no país. A meta dele é zerar as dívidas dos clubes, retornar as potências à Champions Asiática e encher o país de atletas estrangeiros. Hoje, Al-Nassr, Al-Raed, Al-Shabab e Al-Tawoun não disputam o torneio asiática por conta de calotes.

Responsável por aprovar toda e qualquer contratação no país, foi Turki quem direcionou a chegada de Fábio Carille ao Al-Wehda, clube ligado a ele, após um início de negociações com o Al-Hilal.

Será ao lado de Turki que o técnico brasileiro deve assistir a dois amistosos da seleção saudita na Suíça, contra Itália e Peru, para escolher reforços. E será também por meio dele e do governo que Carille e os outros estrangeiros que devem chegar ao país receberão seus salários em dia.

Agente brasileiro com muita entrada no país, Flávio Viana vê com bons olhos as mudanças no futebol implantadas pelo ministro. Segundo Viana, foi Turki quem decidiu aumentar a cota de estrangeiros dos times, que agora aceitarão seis jogadores de linha e um goleiro.

– Ele assumiu o controle do futebol no país e o futebol melhorou muito, está dando muita credibilidade ao esporte no país. Hoje ninguém faz nada no futebol sem o aval dele. Ele inclusive pode tirar qualquer um da presidência, tanto que fez isso no Al-Hilal, o maior clube de lá. O futebol vai melhorar, o governo está assumindo a responsabilidade com os estrangeiros. Ele vai resolver o índice de inadimplência. Vai ser muito bom para quem está indo, como o Carille – disse Viana.

– Era comum na Arábia Saudita um clube fechar com um jogador por um valor exuberante, pagar parte do valor na assinatura e depois não pagar o restante do contrato. Muitos jogadores saíram na Fifa, vários clubes estão com problemas na Fifa. A ideia dele é mudar isso no país – completou.

Em entrevista exclusiva à TV Globo e também em sua entrevista coletiva, ambas na tarde de quarta-feira, o técnico Fábio Carille destacou a confiança no projeto apresentado pelos árabes.

– Estou muito feliz com o que foi acertado, muito feliz mesmo. A questão mesmo é a do projeto e a revolução que estão querendo fazer no país nos próximos três anos. Não é só dinheiro – disse.

Globo Esporte

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