Conmebol nega título ao Boca Juniors e pune River Plate com multa e portões fechados

(Foto: Reprodução/Twitter)


O Tribunal de Disciplina da Conmebol negou ao Boca Juniors um pedido para ser declarado campeão da Libertadores sem disputar o jogo de volta. O clube pedia os pontos da partida contra o River Plate, que deveria ter sido disputado no último sábado, mas foi suspenso – e remarcado para Madrid – por causa das cenas de violência ocorridas no entorno do estádio Monumental de Núñez.

Também nesta quinta-feira, o Tribunal de Disciplina decidiu multar o River Plate em US$ 400 mil (cerca de R$ 1,5 milhão) e punir o clube com dois jogos como mandante com portões fechados em 2019. As duas decisões ainda abiram caminho para a Conmebol anunciar oficialmente que a segunda partida da final da Libertadores será disputada no estádio Santiago Bernabéu, em Madri, no dia 9 de dezembro, às 17h30 (do horário de Brasília).

A decisão tomada pela Conmebol nesta quinta-feira em Assunção foi motivada por segurança e por "latinidade". Madri é a capital europeia que mais recebe voos da América do Sul e também conta com uma grande presença de argentinos. Doha, capital do país-sede da próxima Copa do Mundo, acabou descartada pela Conmebol, apesar dos milhões oferecidos pelo Catar. As informações sobre venda de ingressos serão disponibilizadas futuramente no site da Conmebol.

O River foi punido porque seus torcedores apedrejaram o ônibus que levava a delegação do Boca ao estádio Monumental de Núñez no último sábado, quando deveria ter sido realizada a partida de volta da final da Libertadores – o jogo de ida, na Bombonera, terminou empatado em 2 a 2.

Os responsáveis pelas decisões foram o paraguaio Eduardo Gross Brown, a venezuelana Amarilis Belisario e o chileno Cristóbal Valdés. O brasileiro Antonio Carlos Meccia, que está nos EUA, não participou das decisões. O argentino Diego Carlos Hernán Pirota também não, por haver interesses diretos de clubes argentinos envolvidos.

Cabem recurso a todas as decisões. Os clubes podem recorrer primeiro ao Comitê de Apelações da própria Conmebol e depois ao Tribunal Arbitral do Esporte, na Suíça, última instância da Justiça Desportiva internacional.

Boca anuncia que vai recorrer

Pouco depois, o Boca Juniors emitiu um comunicado para dizer que vai recorrer da decisão e indicou que pode acionar o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) para ser declarado campeão da Libertadores. Para isso, se baseia em três artigos (8, 13.2 e 18), onde considera responsabilidade do mandante (River) os ataques ao ônibus da equipe antes da partida ser suspensa.

- Seguindo as decisões do Tribunal Disciplinar da Conmebol, o Boca Juniors informa que não compartilha dos argumentos do mesmo e os considera claramente contrários ao regulamento e às jurisprudências anteriores. Serão interpostos os recursos perante a Câmara de Apelações da Conmebol e, eventualmente, perante o Tribunal Arbitral do Esporte - diz o início do comunicado, que se encerra dizendo que o clube buscará todas as vias possíveis.

- O Boca Juniors solicita que as decisões se adequem ao regulamento e que o mesmo seja aplicado a todos os clubes da mesma maneira. Ainda ratifica que esgotará todas as vias jurisdicionais.


River também recorre

Do outro lado da "trincheira", a diretoria do River Plate também registrou que vai recorrer das decisões preferidas pela Conmebol. Em comunicado oficial emitido na noite desta quinta-feira, Los Milonarios anunciaram as medidas jurídicas solicitadas.

- O Club Atlético River Plate informa que fará as propostas legais e os recursos pertinentes em relação ao que foi resolvido pela Confederação Sul-Americana de Futebol (CONMEBOL) e seu Tribunal Disciplinar, em relação à mudança de sede da partida final da Copa Libertadores 2018, a sanção econômica e a proibição de competir sem público dois jogos oficiais organizados pela CONMEBOL.

Globo Esporte

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