Com Sasha, Atlético-MG preenche lacuna antiga; setor criativo passa a ser maior carência do elenco

(Foto: Reprodução)


"O Atlético-MG está no mercado à procura de um camisa 9". A frase foi repetida reiteradamente nos últimos meses, e o ataque era, de fato, a prioridade do Galo no mercado. O clube foi ambicioso ao tentar a contratação do argentino Nahuel Bustos, mas o Talleres não topou vender sua joia. A janela de transferências internacionais fechou, e o Atlético encontrou uma solução nacional: Eduardo Sasha.

O jogador de 28 anos foi oficializado pelo Galo na noite dessa segunda-feira e chega para disputar posição com Marrony, atual titular no comando de ataque. Os dois podem jogar juntos, já que o garoto ex-Vasco também atua pelos lados.

De toda forma, Sampaoli passa a ter um leque maior de opções para montar o sistema ofensivo do Atlético nas partidas, e o treinador tem feito constantes alterações no time, por razões táticas e físicas. Uma opção a mais - de um atleta já conhecido pelo comandante - facilita a vida do argentino.

Sasha no Santos: como foi?

Eduardo Sasha foi contratado pelo Santos, por empréstimo, em 2018, envolvido em troca com o lateral-direito Zeca, que seguiu o caminho inverso e foi para o Inter. O atacante chegou ao clube sem altas expectativas, mas conseguiu se tornar um dos destaques do time em pouco tempo, o que levou o Peixe a comprá-lo.

Sasha caiu de produção na metade final daquela temporada e iniciou o ano seguinte, já sob comando do técnico Jorge Sampaoli, desprestigiado. Tanto que o técnico praticamente abriu mão do atacante, dizendo que não via função tática para ele no elenco. Sasha, porém, não desistiu e seguiu trabalhando para conseguir espaço com o argentino.

Quando a chance veio, Sasha não decepcionou. Ele, inclusive, virou um dos queridinhos de Sampaoli e titular absoluto do Santos. Viveu, com o argentino, sua temporada mais artilheira da carreira, com 14 gols, tornando-se um jogador fundamental no esquema tático. Atuava centralizado no comando do ataque, mas saía bastante da área, com boa movimentação e participação ofensiva, dando mais liberdade aos pontas.

Lacuna na criação

Com a nova peça de ataque à disposição, o Atlético passa a ter, em quase todas as posições, pelo menos dois jogadores em condição de titularidade. Uma das raras exceções é o meio-campo ofensivo, o setor de criação. Dono da posição, Nathan teve uma lesão muscular diagnosticada, e Sampaoli chegou a admitir que o problema poderia ser evitado caso ele tivesse, no elenco, uma alternativa similar para a posição. A declaração evidenciou que o setor é, na avaliação do argentino, carente.

"É um jogador que tem muita chegada, muitos gols, rompe muito as linhas" - Sampaoli, sobre Nathan.

Desde a lesão de Nathan, o Galo teve apenas um jogo (vitória por 2 a 0 sobre o Ceará), quando Hyoran foi o titular no meio-campo. De qualquer forma, são características diferentes. Cazares, encostado no Galo, até poderia ser uma opção, mas Sampaoli deixou claro que não conta com o jogador. Com o ataque resolvido - ou pelo menos fortalecido -, o setor criativo do time passa a ser o mais carente do elenco atleticano. Desafio para Alexandre Mattos, Sérgio Sette Câmara e toda a diretoria.

Globo Esporte

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