Tribunal esportivo abre inquérito para apurar denúncias de racismo e abuso moral na ginástica do Pinheiros

(Foto: Reprodução)


O TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) da ginástica artística acatou pedido da FPG (Federação Paulista de Ginástica) e abriu, nesta sexta-feira, inquérito para apurar as denúncias de racismo e assédio moral dentro do Esporte Clube Pinheiros reveladas pelo Esporte Espetacular no último domingo. A informação foi dada pelo site Lei em Campo e confirmada pelo ge.

De acordo com a procuradora-geral do TJD, Alexandra Real Amadeo, o inquérito correrá em segredo de Justiça por envolver interesses de menores de idade. A procuradora designada para o caso foi Carolina Zullo. O auditor deve ser sorteado até terça-feira, no máximo. A partir da escolha, se dará início à coleta de provas e às oitivas.

Os cinco treinadores citados no relatório de auditoria interna do clube obtido com exclusividade pela reportagem - Hilton Dichelli, Cristiano Albino, Lourenço Ritli, Felipe Polato e Danilo Bornea - devem ser chamados para oitivas dentro um período de até 30 dias.

O ginasta Angelo Assumpção, que disse ter sofrido injúria racial dentro do Pinheiros, também deve ser chamado, assim como outros nomes que constam do relatório.

Angelo foi demitido em novembro do ano passado após receber suspensão de 30 dias. De acordo com um e-mail do coordenador da ginástica artística dentro do Pinheiros, Raimundo Benito Blanco, o ginasta tinha problemas de comportamento e mau relacionamento com outros integrantes da equipe. Angelo nega essas alegações.

As ocorrências de racismo e assédio moral relatadas se deram no período de 2013 até 2019. Ao todo, 16 atletas foram ouvidos. O documento do Esporte Clube Pinheiros (ECP) traz os relatos de abuso moral sofrido pelos ginastas, sem citar os nomes para manter o anonimato.

A auditoria também identificou assédio moral relativos à atleta Jackelyne Silva, que foi ginasta do Pinheiros. Ela morreu em janeiro de 2019 aos 17 anos vítima de uma infecção pulmonar.

A Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) afirmou ao ge na segunda-feira que pediu esclarecimentos, por meio de ofício, ao Pinheiros sobre relatos de assédio moral e racismo feitos por atletas do clube da capital paulista. As medidas podem variar conforme a análise, com instauração de inquérito pela CBG ou encaminhando ao STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).

Em nota, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) afirmou que recebe com preocupação os relatos e que encaminhou os fato para o Compliance Officer, órgão responsável pela ouvidoria da entidade. O caso pode parar no Conselho de Ética.

Globo Esporte

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