Alison e Ágatha derretem com o calor no vôlei de praia: "Isso aqui é um caldeirão"

(Foto: REUTERS/John Sibley)


As duplas brasileiras largaram com o pé direito nas Olimpíadas de Tóquio, uma no masculino e outra no feminino, mas já encontraram um rival à altura para a sequência da competição mais importante do ano: o calor. Dentro da arena montada no parque Shiokaze, à beira da baía da capital japonesa, a temperatura ficou acima dos 30ºC ao longo de toda a manhã.

O desconforto com o abafamento aumentou por causa da umidade relativa do ar, na casa dos 57%, o que elevou a sensação térmica para 37ºC.

- É um calor diferente, muito ruim. Ataquei duas bolas de bolas de aquecimento e já estava todo suado. Para piorar, na quadra não estava ventando, então parece estar mais quente. Com a ausência de público e esse monte de metal [da estrutura das arquibancadas] eu acho que ficou ainda mais quente - comentou o campeão olímpico Alison.

O capixaba, que busca sua terceira medalha no megaevento (foi prata em 2012 e ouro em 2016), disse que poucos lugares onde jogou eram tão quentes quanto Tóquio.

Alison usou, nos intervalos da partida, colete com compartimento para gelo distribuídos pelo COB (Comitê Olímpico do Brasil) no chamado "kit refrigeração", que também tem um colar e um chapéu para resfriamento.

- É importante porque, de repente, você o veste e a temperatura cai de 50ºC para 35ºC, e isso ajuda a melhorar a circulação do sangue e a concentração - comentou.

Durante a semana, em um dia de treinamento os termômetros chegaram a registrar 44ºC dentro de quadra. O que ajudou a dupla foi o fato de ter atuado em uma competição em Tóquio, mais ou menos na mesma época do ano, em 2019. Aquela experiência os preparou para o que encontrariam agora em 2020/21.

- Poucos lugares, até mesmo no verão europeu, são tão quentes como agora em Tóquio. Se você dá uma corrida aqui já acaba suando bastante o braço o braço tá bem molhado ele já. Até falei para o Alvaro segurar mais a bola no toque no levantamento, porque fica difícil de controlar.

Vice-campeã olímpica no Rio, Ágatha contou que sentiu mal estar durante a partida contra a dupla da Argentina.

- A gente chegou bem cedo, dia 13, então até deu para se adaptar legal. Mas, mesmo com antecedência, é difícil. Isso aqui é um caldeirão. Eu, que faço o esquema de sacar e ir para a rede, precisei em alguns momentos parar e puxar o ar para poder aguentar e fazer o próximo ponto. Uma hora até o árbitro me lembrou e disse: "Ágatha, você pode tomar água" - afirmou.

Sua parceira, Duda, que faz a estreia em Olimpíadas, concordou sobre o adversário que tende a ser o mais temido de toda a disputa.

- É muito úmido. No Brasil, a gente consegue ainda respirar. Aqui, parece que cansa até de respirar - emendou Duda.

Globo Esporte

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