Seis de dez equipes da F1 detalham esforços por diversidade no esporte

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Dos cerca de 40 mil funcionários envolvidos com a Fórmula 1 e o automobilismo, menos de 1% são negros. Esse foi um dos resultados obtidos pela Comissão Hamilton, desenvolvida por Lewis Hamilton em parceria com a Real Academia Britânica de Engenharia para identificar barreiras no acesso de pessoas racializadas ao esporte a motor. O estudo solicitou das equipes um levantamento sobre os esforços em prol da inclusão, pedido retornado pela Alfa Romeo, Alpine, Haas, Mercedes, McLaren e Williams. Ferrari, RBR, AlphaTauri e Aston Martin não participaram.

Ao longo de dez meses, a comissão analisou fatores que contribuem para a ausência de representatividade em funções técnicas no automobilismo, desde os primeiros anos da escola até os processos seletivos das equipes que, segundo a iniciativa, priorizam candidatos de classes mais altas e de instituições de elite.

Entre as propostas sugeridas pelo grupo para combater o problema, estão políticas públicas educacionais e medidas que incluem a promoção de programas de estágio mais abrangentes na F1 e de iniciativas que incentivem, orientem e apoiem pessoas negras.

Equipe de Hamilton na F1, a Mercedes trocou o tradicional prata dos carros pelo preto como lembrança ao antirracismo e lançou o programa Accelerate 25, que quer aumentar de 3% para 25% o número de funcionários racializados até 2025. Além de promover treinamentos internos obre diversidade, se juntou com a AFBE-UK, a Asociação de Engenheiros Negros e Etnias Minoritárias do Reino Unido, e uma escola britânica feminina para incentivar carreiras científicas.

Engajada na promoção de saúde mental, a McLaren criou no último ano um plano estratégico de dez anos para promover diversidade e inclusão na F1, fundando também uma comissão responsável por garantir que os processos seletivos do time não ejam excludentes.

Dedicada a promover a equidade de gênero e de pessoas com deficiência no esporte, a Williams confirmou em seu estudo de caso que passou a trabalhar também com a inclusão de pessoas racializadas e LGBTQI+. A equipe britânica foi a primeira a ter uma chefe mulher, Claire Williams, e já teve como piloto de testes a britânica Susie Wolff. Atualmente, a campeã da W Series Jamie Chadwick é piloto reserva do time.

Equipe de Kimi Raikkonen e Antonio Giovinazzi na F1, a Alfa Romeo revelou que integra uma parceria com o Centro de Competência por Diversidade e Inclusão da Universidade de St. Gallen, na Suíça. A instituição fornece treinamento e auxilia empresas e marcas a promover políticas internas de diversidade.

A Haas incluiu em seu estudo de caso para a Comissão Hamilton que faz uso da linguagem neutra em comunicados e políticas internas, e que expandiu o processo de recrutamento para abarcar instituições não-elitizadas. A equipe garantiu que promove treinamentos sobre diversidade e que também trabalha para democratizar os processos seletivos.

A Alpine, por sua vez, afirmou que trabalha com campanha midiáticas e eventos sobre a questão na Ásia, Oriente Médio, América do Norte e Sul e Europa. A equipe de Fernando Alonso e Esteban Ocon organiza, ainda, projetos com universidades e escolas que buscam promover a participação feminina na engenharia, além de uma parceria com a instituição de apoio estudantil The Talent Tap.

Globo Esporte

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