Leal comanda a festa, Cruzeiro bate o Sesi-SP e conquista o hexa da Superliga

(Foto: Renato Araújo)


O jogo ainda nem começou, mas Leal está pilhado. Olha de um lado para o outro, fala sozinho e corre no aquecimento como se já estivesse valendo. Era a sua despedida, com um Mineirinho lotado, e o “cubano-brasileiro”, que vai jogar na Itália, queria dar adeus da melhor forma possível. O roteiro foi perfeito, apesar dos rivais terem dado muito trabalho. Neste domingo, o ponteiro guiou o Cruzeiro a mais uma vitória contra o Sesi-SP, em 3 sets a 2, parciais 25/16, 17/25, 25/22, 23/25 e 22/20. Diante de um mar azul, Leal reafirmou sua condição de ídolo para levar o time celeste ao sexto título da Superliga masculina.

Com a vitória na primeira partida da decisão, em São Paulo, o Cruzeiro tinha a vantagem neste domingo. Do outro lado, o Sesi-SP precisava vencer para forçar o Super Set. Esteve perto disso, mas não conseguiu. Diante de um Mineirinho lotado, com 14.800 pessoas, o Cruzeiro, mais uma vez, reafirma seu domínio absoluto no vôlei nacional. Só deixou de levar o troféu duas vezes em oito finais seguidas. Do outro lado, o Sesi volta a esbarrar no time mineiro. Em três finais contra o adversário, venceu apenas uma, na temporada 2009/2010.

Times pilhados

Evandro, com uma pancada cruzada, fez o Mineirinho explodir pela primeira vez. Gustavão, na sequência, deu o troco. Com a obrigação de vencer, o Sesi tentou se impor. Fez 3 a 1 e jogou a pressão para o outro lado. O Cruzeiro, porém, não demorou a responder. Logo virou e abriu 8/4. E tudo parecia dar certo para o time celeste. Em bola quase perdida, Uriarte levantou com o pé para Filipe soltar o braço e marcar.

Ainda assim, o Sesi conseguiu reagir. Diminuiu a diferença, que chegou a ser de seis pontos, para apenas dois (15/13). A reação, porém, não durou muito tempo. Logo, o Cruzeiro voltou a disparar. Os paulistas passaram a errar ainda mais e já não tinham força para buscar. Com uma pancada de Simon, fim do primeiro set: 25/16.

Na volta à quadra, o saque forçado do Cruzeiro seguia fazendo estragos no lado paulista. O Sesi-SP tentava se manter vivo na habilidade de William e na força de Alan e Lipe. Em um toque na rede, os mineiros cederam um ponto, e os visitantes ficaram à frente pela primeira vez no jogo (4/3). Em seu melhor momento até ali, o Sesi abriu 8/5. Leal, em resposta, soltou o braço para marcar. Na descida, encarou Lipe como quem marcasse território.

O Sesi, porém, manteve o ritmo. Na verdade, aumentou. Ao aproveitar algumas falhas do time mineiro na defesa, chegou a sete pontos de vantagem (17/10). Marcelo Mendez, então, parou o jogo e tentou arrumar a casa. Não funcionou. Fez a inversão e mandou Cachopa e Alemão para a quadra. Também não surtiu efeito. No ponto de Douglas Souza, Sesi deixou tudo igual: 25/17.

Os paulistas seguiram com a mesma velocidade. Do outro lado, o Cruzeiro errava mais do que o costume. Evandro, que chegou a dar dois pontos para os rivais, marcou dois em sequência e recolocou o Cruzeiro no jogo (5/5). Não foi por muito tempo. Logo, o Sesi voltou a tomar a frente e abriu 12/7 no placar. Marcelo Mendez voltou a pedir tempo.

Dessa vez, funcionou. O Cruzeiro, pilhado e no embalo da torcida, cresceu no jogo. Com uma boa sequência de pontos, chegou à virada com Filipe: 17/16. O Sesi também tinha suas armas. William, inspirado, conseguia girar bem o jogo. Alan era outro em uma boa manhã. Nada disso, porém, impediu que o time da casa levasse a parcial mais equilibrada até ali: 25/22.

Sesi luta, mas Cruzeiro se impõe e conquista o hexa

Os visitantes só tinham uma saída: acelerar os passos. Com a obrigação de vencer para se manter vivo, o Sesi-SP se impôs e abriu 5/2 no início do quarto set. Era uma guerra, mas, ainda assim, havia espaço para brincadeiras. A cada paralisação, era comum ver os rivais implicando entre si junto à rede, principalmente Lipe e Evandro. Mas, com a bola no alto, a disputa era intensa.

O Sesi voltou a disparar e abriu 14/9. O Cruzeiro foi buscar. Passou à frente já perto do fim (21/20) e incendiou o ginásio. Os paulistas, porém, não desistiram. Tomaram a dianteira mais uma vez e forçaram o tie-break depois de um erro de ataque de Isac: 25/23. Os mineiros ainda pediram desafio, acusando toque na rede do time rival. Não funcionou.

Lipe abriu a contagem com um bloqueio absoluto em cima de Evandro. Simon respondeu da mesma forma contra Gustavão, mas foi além ao marcar com um ace na sequência. O time mineiro passou a dominar o tie-break e abriu 4/1 no placar. Rubinho pediu tempo e tentou arrumar a casa. Na volta, em ponto polêmico, o clima amistoso se perdeu. Os paulistas foram à loucura, negando desvio no bloqueio em ataque de Leal. Após desafio, o ponto foi mantido para os mineiros, e a tensão seguiu em quadra.

O Sesi-SP buscou. Na marra, conseguiu empatar o placar em 8/8. O Cruzeiro parecia nervoso. Passou a errar muito e a ceder pontos em sequência aos rivais. Tanto que os paulistas viraram e fizeram 10/9. A torcida cruzeirense explodiu, tentando incendiar o time. Funcionou. Na tensão do tie-break, o Sesi lutou, mas foi Leal quem fez a diferença. Depois de um belo rali, o ponteiro estorou a bola para marcar 18/17. Ainda demorou um pouco para oficializar a festa. Simon, depois de um vacilo dos rivais, encheu o braço para fechar o jogo: 22/20.

Globo Esporte

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