Guga Machado leva vida movida ao esporte e a música

(Foto: Divulgação)


Estudos apontam que a música é um fator essencial no desenvolvimento de esportistas, e quando falamos de Guga, podemos ver que os estudos estão certos. Apaixonado por música desde criança, teve seu primeiro contato com a percussão aos 14 anos e deve muito aos pais que sempre o incentivaram como músico e esportista.

Guga sempre teve exemplo do pai que jogou basquete por muitos anos em clubes e na seleção brasileira em categoria menores, além das influências musicais que ouvia em casa, como: Egberto Gismonti, Milton Nascimento, Elis Regina, The Who, Yes, Phill Collins, Genesis, Jethro Tull entre outros.

O jogador de Fut7 e percussionista de 36 anos tem uma trajetória de sucesso na música, já tendo dividido o palco com grandes artistas brasileiros, entre outros, como Toquinho, Paulo Ricardo, Tiago Abravanel e Banda Moinho. Foi um dos poucos brasileiros que participaram do projeto Playing For Change, um movimento criado para inspirar e conectar o mundo através da música, que nasceu através da visão compartilhada dos americanos Mark Johnson e Whitney Kroenke que se dedicam à construção de escolas de música e arte para crianças em todo o mundo.

Além de ser um dos pioneiros do uso do HANG DRUM no Brasil, Guga utiliza diversos instrumentos com muita propriedade como o cajón, pandeiro, congas, bongô, derbak e se diferencia pela sensibilidade ao escolher os instrumentos e efeitos que coloca em cada canção.

Guga sempre teve o esporte e a música conectados em sua vida. “Sempre brinquei com a minha família, fazendo uma analogia ao esporte: ser chamado para tocar com o Toquinho em Nova York era uma espécie de convocação para a Seleção Brasileira. Esse tipo de oportunidade a gente não pode desperdiçar. Quantos jogadores despontavam nos seus times e, quando iam para a seleção, não tinham sucesso? Muitos. Era uma oportunidade de tocar com um artista de ponta, reconhecido no mundo todo e eu agarrei a oportunidade. Até hoje, sempre que o Toquinho resolve colocar percussão no show, ele me chama e é uma honra” diz.

Em 2012 ele lançou o álbum “Mafagafo Jazz” em parceria com vários amigos. “Em mais ou menos dois anos, sem nenhuma pressa e sempre respeitando os momentos de inspiração e a agenda dos meus amigos convidados, terminamos dez canções, e tínhamos um disco pronto. Lembro até hoje da ânsia de vomito que senti no banho antes de ir ao teatro no dia da estreia do meu show. Foram dois dias, um sábado e um domingo no Teatro Décio de Almeida Prado, em São Paulo com ingressos esgotados” recorda Guga. No ano seguinte o álbum foi indicado ao Prêmio de Música Brasileira.

Ele lembra da época que não sabia se queria ser armador ou goleiro, que foi jogar em dois campeonatos nos Estados Unidos, e no aeroporto recebeu um dos maiores baldes de água fria do treinador, que disse para ele: “Nem perca seu tempo indo treinar num time profissional. Você é muito baixo, nem vão deixar você se trocar”, com apenas 13 anos, as palavras fizeram ele desistir temporariamente do futebol por alguns anos. E ele passou a se dedicar ao basquete e em seguida à música.

Quando decidiu que queria ser goleiro, começou a fazer treinos específicos e a melhora foi enorme, hoje é goleiro no time de Futebol 7 do Corinthians. “Para um goleiro, mesmo com 1,78 m de altura, fico abaixo da média, o que me faz pensar em como ser melhor que os outros para compensar minha estatura. Da mesma forma que eu era mais rápido no basquete, sou mais rápido no futebol. Sempre gostei de jogar na linha também, o que me ajudou a saber usar os pés. Juntando essas duas qualidades, observei que jogar adiantado e sempre acompanhar o jogo entre a marca do pênalti e a linha da grande área me facilitava a antecipação em bolas longas do adversário, saindo da área e jogando com os pés. Outro detalhe que com certeza veio com a prática dos treinos, e que é fundamental para qualquer goleiro é a confiança. Nenhum goleiro joga bem se não estiver concentrado e extremamente seguro de suas reações” afirma.

Hoje, Guga está se preparando para a Copa do Mundo de Fut7, e ressalta que no esporte é preciso preparo e com a música não é diferente: “Nunca tive o virtuosismo como qualidade. Acho que seria como a baixa estatura no esporte. Tive me enxergar de fora e entender porque um artista escolheria a mim e não qualquer outro percussionista. Aos poucos, com práticas e estudos, fui entendendo que fazer o que eu amo já me adiantaria um lado. A minha dica para quem está começando em qualquer área, é tentar fazer algo diferente do que o que todo mundo faz, eu me defino como ousado, pois nunca tive medo de me jogar de cabeça em tudo que faço, seja na música ou no esporte”.

A Copa do Mundo de Fut7 acontece na cidade de Roma, na Itália e já tem jogos marcados nos dias 24, 25, 26, 27 e 28 de setembro.

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