Em jogo quente e com briga fora de campo, Guarani e Ponte empatam no Brinco

(Foto: Thomaz Marostegan)


O dérbi 195 acabou mesmo sem gols. Guarani e Ponte Preta fizeram um clássico agitado em todo este sábado, desde antes de a bola rolar por causa do tumulto entre torcida e Polícia Militar no Brinco de Ouro, em Campinas, mas não conseguiram a vitória em mais um capítulo da maior rivalidade do interior. Com este resultado, o Bugre soma um ponto e segue na luta para evitar o rebaixamento, enquanto a Macaca aumenta em mais um jogo o jejum na Série B do Campeonato Brasileiro. A partida foi válida pela 34ª rodada.

A chegada da delegação do Guarani ao Brinco de Ouro começou de maneira marcante - para o lado positivo. Os bugrinos cumpriram o prometido e recepcionaram os jogadores com o "corredor verde", movimento com sinalizadores e fumaça da cor do clube. Sem conseguir manobrar, o ônibus foi abraçado pela massa e parou em frente ao portão para atletas e comissão técnica sentirem o calor da torcida.

Infelizmente, foi neste ponto que começou o lado ruim da festa. Alguns bugrinos mais exaltados subiram no Flecha Verde, ônibus personalizado do Guarani, e a Polícia Militar tentou contê-los com tiros de borracha. A reação da PM apenas incendiou o ambiente, que trocou a festa pela confusão. Bugrinos reagiram aos tiros com arremesso de garrafas, rojões e latas. O confronto entre torcedores e policiais assustou muita gente e teve como saldo um torcedor e três policiais feridos. Um cavalo teria sido atingido também.

Os dois times não se movem na classificação da Série B. A Ponte permanece em 11º lugar, com 44 pontos, enquanto o Guarani é o 14º, com 40. Ambos corriam risco de serem ultrapassados por Brasil de Pelotas e Oeste, mas os times também empataram e, portanto, seguem atrás dos campineiros na tabela.

Um dérbi de muita disputa física tomou conta do Brinco na etapa inicial. A Ponte começou melhor, aproveitando-se do nervosismo do rival, e chegou duas vezes no espaço de sete minutos, com Camilo e Roger. O Guarani controlou a ansiedade e equilibrou o duelo a partir do décimo minuto. Depois disso, Lucas Crispim e Renato Cajá arriscaram de longe e pararam nos dois goleiros. A partir daí, o clássico pendeu mais para o lado alviverde, que criou três possibilidades claras de gol. Michel Douglas cabeceou sobre o travessão, Rondinelly perdeu disputa com Ivan e Arthur Rezende, em cobrança de falta, arrancou suspiros da torcida.

O futebol que até agradou no primeiro tempo não se repetiu de maneira alguma na etapa final. A melhor chance foi logo aos seis minutos, quando Roger girou batendo e forçou Jefferson Paulino a grande defesa. A outra finalização em direção ao gol foi só aos 26 minutos, quando Arthur chutou em cima de Ivan. No mais, a Ponte travou o jogo, e o Guarani não conseguiu se organizar para vencer o clássico em sua casa. A polêmica ficou por conta de uma falta duvidosa de Renanzinho, que o árbitro Ricardo Marques Ribeiro marcou para desespero do banco. Na confusão, o zagueiro Luiz Gustavo, que já tinha sido substituído, foi expulso.

O dérbi campineiro contou com o público de 12.607 pagantes, abaixo dos 13 mil ingressos que o Guarani diz ter vendido antecipadamente (sem contar os sócios), mas compreensível por todo o tumulto antes de a bola rolar. Foi o segundo maior público do clássico em 2019, atrás dos 14.674 pagantes do primeiro turno da Série B. A renda no Brinco de Ouro foi de R$ 181.150,00.

Este foi o 64º empate do dérbi campineiro. O Guarani ainda domina o geral, com 66 vitórias, contra 64 da Ponte e um resultado desconhecido. Já no retrospecto recente, a Macaca aumenta a invencibilidade. São quase oito anos sem perder. Última derrota foi em 2012, na semi do Paulistão. De lá para cá, quatro vitórias e dois empates. O próximo encontro entre os rivais está marcado para o Paulistão de 2020, ainda sem data marcada.

Os dois times têm pouco tempo até o próximo compromisso na Série B. A Ponte volta a campo na terça, às 20h30, para receber o Figueirense no Moisés Lucarelli. Já o Guarani viaja até Goiânia para enfrentar o Vila Nova, quarta, às 19h15, no Serra Dourada.

Globo Esporte

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