Futebol brasileiro tem muito a aprender sobre psicologia esportiva com os europeus

(Foto: Djordje Nikolic por Pixabay) 


Mesmo sendo chamado de “país do futebol”, o Brasil ainda tem muito o que melhorar em diversos quesitos administrativos dos clubes, mas, principalmente, quando se trata de suporte aos atletas. Países como França, Espanha e Alemanha, evoluíram, criaram ligas competitivas e começaram a atrair jogadores renomados no cenário internacional. Afinal, quando um atleta brasileiro é contratado por um clube estrangeiro, se torna aclamado, ganhando visibilidade e ascensão pelo seu crescimento.

Para o psicólogo do esporte, Bruno Vieira, a gestão dos clubes ainda é muito precária e quando se trata de psicologia esportiva -- comparado aos clubes europeus -- o Brasil fica em grande desvantagem. “Fora do país, os psicólogos acompanham os treinos e os jogos, eles estão em campo vendo a performance do atleta. Já aqui, não há essa interação”, explica o profissional especializado em Psicologia e Desempenho Esportivo pelo FC Barcelona.

Afirmando que os clubes nacionais trabalham com o sistema de “recompensa e castigo” com os jogadores, Bruno conta que, quando toda a equipe do time vai bem no jogo, no outro dia, todos descansam. Quando não vão bem, na manhã seguinte, treinam. “É como se fosse uma punição, não existe uma rotina. Não importa se o jogador acordou indisposto, se não dormiu bem. Se ele foi convocado, terá que ir. Se não se empenhar, será penalizado”, comenta Bruno.

“Na Europa, é realizada uma análise para mensurar o momento de cada jogador. Se ele está apto ou não, o psicólogo passa o seu parecer para o treinador. Caso não esteja bem, emocionalmente ou fisicamente, tem a liberdade de dizer ao psicólogo que está com problemas. Assim, o profissional consegue conduzir o atleta de maneira positiva”, completa.

A necessidade de um acompanhamento desde a categoria de base torna-se essencial para os resultados do atleta no futuro. “O psicólogo tem a responsabilidade de auxiliar o jogador a conhecer as horas mais propicias para cada atividade e o que pode afetar o seu desenvolvimento e performance. Os times europeus, por exemplo, possuem psicólogos que fazem parte ativa da comissão técnica. Então, o treinador conversa tanto com o fisiologista, quanto com o nutricionista e psicólogo”.

A psicologia esportiva, não deve trabalhar somente o coletivo, tem o dever de enxergar as necessidades de cada profissional. “Os clubes brasileiros e os empresários ainda precisam entender a importância deste tipo de acompanhamento de forma constante, não somente quando há interesses coletivos e, até mesmo, financeiros”, finaliza o psicólogo.

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