Prestes a deixar F1, Robert Kubica faz balanço da volta: "Ninguém apostaria um euro em mim"

(Foto: Getty Images)


Ninguém apostaria um euro em mim e achava que eu nem conseguia fazer a primeira curva.

Robert Kubica está satisfeito consigo mesmo. O polonês ficou oito temporadas afastado da Fórmula 1 devido aos ferimentos de um gravíssimo acidente de rali no qual quase perdeu o braço direito e, mesmo com as grandes dificuldades do carro da Williams, tem conseguido completar as corridas sem problemas. Algo que muitos acreditavam ser impossível devido às limitações físicas.

- Eles pensaram que eu não conseguia nem fazer a primeira curva do ano. E, em vez disso, as curvas são as coisas que me vêm melhor. Eles disseram que eu não podia fazer Mônaco, que naquela época era um dos GPs em que eu pilotava melhor. Foi lá, com um carro completamente diferente do que há dez anos, que percebi que havia reacendido a chama. E agora eu durmo em paz - disse ao jornal italiano "La Gazzetta dello Sport".

Com um carro bastante limitado, Kubica ainda conseguiu somar um ponto, com um décimo lugar na Alemanha. O polonês diz basear sua autoanálise nos próprios progressos que conseguiu ao longo deste ano:

- O meu objetivo era que as pessoas não me vissem como quem quase perdeu um braço. Eu queria ser avaliado como os outros pilotos e com números. Mas os números, para mim e a Williams, não estão lá. Não foi o ano que esperávamos. Também porque, além das performances, havia outras situações a serem resolvidas. Mas para mim foi muito positivo, infelizmente ofuscado pelos números. Quando você não tem a chance de obter os resultados esperados, o importante é estar ciente do trabalho que você fez.

Por fim, Kubica comentou que o fato de andar nas últimas posições sempre este ano não tem nada a ver com as sequelas físicas do acidente. O piloto da Williams garante que atingiu seu objetivo na volta à F1.

- Você tem de ser um juiz duro consigo mesmo, mantendo o senso da realidade. Meu corpo reagiu bem e mostrou que minhas limitações são mais visíveis fora do carro do que no cockpit. Eu sabia que era assim, mas se eu não tivesse tentado, não poderia ter mostrado. Apesar de tudo o que aconteceu comigo e apesar dos últimos anos, que foram muito difíceis, ainda sou piloto de F1 - encerrou.

Globo Esporte

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