Jardine dá prioridade à CBF, mas já recebe sondagens no mercado: "Sei bem do meu potencial"

(Foto: Atsushi Tomura / Getty Images)


Campeão olímpico há apenas 10 dias, André Jardine descansa e aproveita a família de volta ao Brasil. Aos 42 anos, o treinador tem situação indefinida com a CBF, que já manifestou, através do coordenador de seleção de base Branco, a intenção de ampliar seu contrato.

A prioridade do treinador é seguir a carreira é da CBF, ele contou no podcast "A Sexta Estrela" - ouça aqui também. Mas ele admite que o telefone já tocou algumas vezes com sondagens de clubes.

- O telefone tem tocado... Sondagens já aconteceram, mas não vou abrir negociação nem ouvir nada enquanto não sentar com o Branco. A prioridade total é da CBF de definir o futuro, fazer a oferta e a sua proposta. A partir do momento que escutar da CBF posso tomar minha decisão pessoal - disse o treinador, que é gaúcho, mas passa alguns dias em São Paulo com a família.

Ele deve retornar ao Rio de Janeiro até o fim da semana e vai se reunir com a direção da CBF, na sede, para ouvir o que se projeta para o sub-20 e para o ciclo olímpico.

- Tive conversa rápida com o Branco antes de viajar e o que ele me passou foi que a CBF vê plano de carreira para mim. O próximo ciclo olímpico está muito perto, mas querem conversar comigo quando eu voltar a trabalhar, dar expediente lá. Devemos ter conversa para traçar planos, discutir contrato. Meu contrato era até o final do Mundial sub-20 e já está defasado. O Mundial foi adiado e depois cancelado. A ideia inicial era finalizar ciclo da sub-20 e sentar para discutir, mas a pandemia deu trapalhada geral nos calendários. A primeira missão encerra esse ciclo, que coroou bastante nosso trabalho e agora o momento é de sentar de novo, ver o que eles pensam e aonde posso ajudar.

No papo de uma hora, o treinador contou detalhes da construção da equipe durante os jogos de Tóquio, disse que via Cunha e Richarlison com movimentação semelhante às de Bruno Henrique e Gabigol no Flamengo, falou do episódio do agasalho do time olímpico que provocou críticas e polêmicas e apostou em Daniel Alves nos trincos para a Copa de 2022 no Catar.

- Sei bem o meu potencial. Quem me contrata tem que realmente acreditar que vamos fazer equipe vencedora - comentou o treinador.

A conversa com o treinador apontou para a possibilidade de sondagens de fora da CBF o atraírem. A única experiência dele no profissional foi no São Paulo. Passagem que ele define como frustrante com apenas 15 jogos, com só quatro vitórias, três empates e oito derrotas. Aproveitamento de 33,3%.

- Foi frustrante, não tive tempo. Se cobra de um treinador que revolucine em 10, 12 jogos o jeito e o modelo de um time jogar. Modelo que era antagônico aquilo que gostaria. É meio ser cruel isso. É achar que treinador é mágico e não treinador né. Para incutir cultura de futebol precisa de tempo, de respaldo, de jogadores, às vezes tem que ter reformulação no elenco com jogadores capazes de entregar com características que o treinador quer. Mas nada disso foi me dado. Foi me dado um rabo de foguete ali - lamentou, referindo-se à curta passagem pelo profissional do São Paulo.

Globo Esporte

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