Esporte paraolímpico não é inclusão social, diz ex-BBB tetracampeão mundial

(Foto: Marlon Falcão/Divulgação)


Após perder a vaga na disputa da paracanoagem, Fernando Fernandes não deixou passar a oportunidade de participar dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio-2016. Em vez do corpo, o paratleta vai usar a voz: será comentarista da canoagem olímpica e apresentador das Paralimpíadas na TV.

“Quero transmitir o que significa o esporte, como ele pode transformar a sociedade. Estou aqui pelo esporte", afirma o ex-BBB durante festa na Parada Coca-Cola, no Porto Maravilha.

Em 2009, Fernando sofreu um acidente de carro e passou a se dedicar a paracanoagem depois de ficar paraplégico. Agora o atleta busca defender a imagem do esporte paraolímpico e, principalmente, tirar a imagem de “coitadismo”. “As pessoas precisam entender que estamos tirando os melhores atletas para representar o país. Trata-se de esporte de alto rendimento", explica.

A crítica também é direcionada aos próprios atletas. "É preciso que a gente se dê o respeito e entenda que essa é nossa profissão, é como ganhamos dinheiro. Não se trata de inclusão social. Se os atletas entenderem o esporte como inclusão social, uma forma de se beneficiar da sua condição, vamos perder credibilidade. É preciso respeitar a condição, mas sem enxergar isso como uma forma de conseguir obter vantagem", insiste Fernando, que diz conversar com os colegas nos bastidores.

Apesar do Brasil ser uma das potências mundiais em esportes paralímpicos, no país ainda prevalece  a obscuridade. Para o tetracampeão mundial da paracanoagem, o que falta não é reconhecimento, mas conhecimento. "É preciso um trabalho de apresentação, mostrar como funciona o esporte, como funciona a classificação funcional, para que as pessoas se aproximem mais", acredita.

UOL Esporte

Comentários