São Paulo condena invasão ao CT e vê "ação premeditada" pela oposição



O São Paulo se pronunciou horas depois de torcedores invadirem o Centro de Treinamento na manhã deste sábado. Em nota divulgada no site oficial e em entrevista do presidente Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, o clube prometeu tomar medidas cabíveis e acusou a oposição de influenciar o incidente. Porém, minimizou as agressões sofridas por jogadores como Wesley e Michel Bastos.

"Uma coisa é insatisfação da torcida. Outra coisa, muito diferente, é uma manifestação com fins políticos", disse Leco. "Que ninguém se engane: os idealizadores não estão preocupados com o São Paulo. Eles serão desmascarados e não vão triunfar. Quem pagou os ônibus para o CT, quem financiou isso? Isso muito provavelmente não é uma coisa natural".

"É algo que vocês da imprensa devem investigar. Com os gestores da baderna, não tem diálogo. Vamos responder a eles dentro do campo, com uma gestão completa", continuou o presidente, completando que os atletas agredidos não pensaram em registrar queixa.

"Os jogadores não terão medo de jogar no São Paulo. Infelizmente esse fenômeno não é incomum nem exclusivo ao São Paulo. Já os atletas não pensaram em ir à polícia. As agressões foram um tapinha, um chutinho. Não houve reações maiores. Temos de identificar todos os aspectos desse fenômeno ruim", disse.

A nota oficial também indicou que pessoas ligadas ao grupo que faz oposição à atual diretoria tricolor tiveram influência direta nos protestos das organizadas. O São Paulo classificou o ato de "ação premeditada" e chamou os torcedores de "massa de manobra".

O texto conclui dizendo que o incidente foi "fomentado por figuras que recentemente participaram de festejo com uma das torcidas presentes", em uma possível referência a Newton Ferreira, o Newton do Chapéu, candidato derrotado por Leco na última eleição tricolor, em outubro de 2015. Newton esteve recentemente em um evento na quadra da torcida Independente.

"É tudo que eles querem. Tem gente que torce contra, deseja o mau resultado. Não são pessoas que querem o bem do São Paulo. Não sei como isso pode ser conseguido. Ganha aquele que tem mais força. Por enquanto, somos nós. Ganhei a eleição", disse Leco, em outra referência a Newton.

O protesto dos torcedores começou às 10h, em frente ao portão do CT. Depois, o grupo forçou a entrada e invadiu o local. Na ação, alguns jogadores foram agredidos, entre eles Michel Bastos, Wesley e Carlinhos. Maicon e Lugano chegaram a conversar com os invasores.

Além da cobrança, os torcedores chegaram a roubar materiais do clube - foram dez camisas, 14 bolas e um galão. Pouco depois, seguranças do clube conseguiram expulsar os invasores do CT.

Confira a nota na íntegra 

O São Paulo FC, clube aberto e democrático, que jamais repeliu manifestações espontâneas e autênticas, repudia veementemente a invasão ocorrida nesta manhã no CT da Barra Funda, por parte de uma minoria de integrantes de torcidas organizadas, usada como massa de manobra de pessoas interessadas em desestabilizar o Clube. 

Tratou-se de ação premeditada, que incluiu, nos dias anteriores, uma série de ameaças anônimas e de incitação à violência. 

O São Paulo FC não vai se intimidar e condena, com veemência, toda e qualquer ação violenta, que não representa e reflete o sentimento de milhões de nossos torcedores. 

O São Paulo FC já fez todos os contatos e tomou as devidas providências com as autoridades competentes, visando ao pleno esclarecimento e reparação dos danos que a referida ação causou. Isso inclui a devida investigação contra os financiadores e apoiadores do ato, infelizmente fomentado por figuras que recentemente participaram de festejo com uma das torcidas presentes.

UOL Esporte

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