CAS anula punição de dois anos, reduz multa e libera Manchester City para torneios europeus

(Foto: Divulgação)


A Corte Arbitral do Esporte (CAS) publicou na madrugada desta segunda-feira a decisão sobre o caso do Manchester City e anulou o banimento do clube das competições europeias por duas temporadas. O time treinado pelo catalão Pep Guardiola se livrou da punição e ainda conseguiu redução da multa, de 30 milhões de euros para 10 milhões de euros (cerca de R$ 60 milhões).

A decisão saiu um mês depois de audiência de três dias entre as partes e análise de documentos por um painel de juízes - Rui Botica Santos, de Portugal, Ulrich Haas, da Alemanha e Andrew McDougall, da França.

Em curto comunicado no site oficial, o City agradeceu à corte do esporte "por sua diligência neste procedimento" e mostrou satisfação com o desfecho. Confira abaixo:

"Na pendência de analisar em detalhes a resolução do Tribunal de Arbitragem do Esporte (TAS) o mais rápido possível, o Manchester City deseja expressar a sua satisfação com a resolução que valida a posição do clube e as evidências apresentadas. O clube deseja agradecer ao TAS e aos membros do painel de árbitros por sua diligência neste procedimento."

Veja trecho da decisão abaixo

O colegiado entendeu que a maioria das supostas violações relatadas pela Câmara Adjudicatória do CFCB estavam prescritas ou não tinham provas suficientes.

"Como as acusações relativas a qualquer desonesta ocultação de fundos de ações eram violações claramente mais significativas do que obstruir investigações da Câmara de Decisões do Organismo de Controle Financeiro, não era apropriado impor a proibição de participar nas competições de clubes da UEFA pelo fracasso do MCFC (Manchester City) em cooperar apenas com as investigações do CFCB"

A decisão ainda exige que a multa de 10 milhões de euros (cerca de R$ 60 milhões) seja quitada em 30 dias depois desta sentença.

Toda a argumentação e as justificativas da decisão serão publicadas no site do CAS nos próximos dias.

O Manchester City decidiu entrar com um recurso no CAS - tribunal supremo do esporte em todo o mundo - em fevereiro, dias depois de a Uefa anunciar a punição contra o clube. A Câmara de Decisões do Organismo de Controle Financeiro (CFCB) da confederação acusou os ingleses de violar regras do Fair Play Financeiro, além de não cooperarem com a investigação.

Na Uefa, o City foi considerado culpado por ter inflacionado de forma falsa os valores de seus patrocínios, no período entre 2012 e 2016, apresentados à Uefa em um processo aberto depois de documentos vazados pela revista alemã "Der Spiegel", em novembro de 2018. A punição devia ser cumprida nas temporadas 2020/21 e 2021/22.

Os e-mails vazados mostravam que o proprietário do City, Sheik Mansour bin Zayed Al Nahyan, da família que governa Abu Dhabi, estava financiando o patrocínio anual de 67,5 milhões de libras da camisa, estádio e as divisões de base através da Etihad Airways, companhia aérea de seu país.

Um dos documentos sugeriu que apenas 8 milhões de libras desse patrocínio na temporada 2015/16 foram financiados diretamente pela Etihad Airways, enquanto o restante veio do veículo da empresa de Mansour para a propriedade do City, o Abu Dhabi United Group.

Globo Esporte

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