Presidente da Caixa provoca torcedor do Corinthians e "ameaça" tirar estádio do clube

(Foto: Marcos Ribolli)


Presidente da Caixa, Pedro Guimarães foi flagrado pelas câmeras "brincando" com um torcedor do Corinthians sobre o pagamento da Arena, em Itaquera, durante visita a um lançamento de condomínio popular em Bagé, na região de fronteira do Rio Grande do Sul, nesta sexta-feira.

Pedro estava acompanhado do Presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), já que a obra foi feita com recursos federais.

– Me deixa bonito hein, cara? Qual o teu time? É flamenguista, também? Corinthians? Vai ficar sem estádio, hein. Fica esperto aí, hein? Se não pagar, a gente tira, hein? Mengão vai jogar em São Paulo. Se pagar, ok. Se não pagar, não. Não tem mais aquela maluquice, não. É de todos os brasileiros. Fica esperto aí – disse Pedro Guimarães, depois de uma entrevista à TV Brasil.

No vídeo não é possível identificar quem é o homem que conversa com Pedro Guimarães sobre o Corinthians.

Procurado pelo ge, o Corinthians ainda não se manifestou por nota oficial. O presidente Andrés Sanchez, quando procurado, questionou "qual o problema" do vídeo e disse que não vê maldade nas "brincadeiras" de Pedro Guimarães. A Caixa ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.

Entenda o caso

Em maio, a Caixa e o fundo Arena Itaquera S/A, que tem o Corinthians como sócio e é dono do estádio do clube, pediram à Justiça que suspenda por mais um mês a ação movida pelo banco estatal para executar a dívida referente ao financiamento da obra em Itaquera.

A medida visa dar mais tempo para que Caixa e Corinthians cheguem a um acordo amigável. E o processo fica suspenso até 13 de agosto.

Em setembro do ano passado, a Caixa entrou com ação na Justiça cobrando R$ 536 milhões da Arena Itaquera S/A. O banco alega atraso de seis parcelas do pagamento mensal do estádio, de março a agosto de 2019.

Desde outubro, Caixa e Corinthians discutem um acordo amigável e já tiveram avanços nas tratativas. Foi acordado um prazo de mais quatro anos para quitação (era 2028 e passará a ser 2032), assim como a flexibilização do valor da parcela a ser paga nos meses em que não há jogos no estádio.

Porém, uma divergência ainda impede que o novo contrato seja assinado. A Caixa cobra uma multa de aproximadamente R$ 50 milhões do Corinthians, a qual a diretoria alvinegra não concorda em pagar.

– Há em contrato uma multa pequena (de aproximadamente R$ 5 milhões), que o Corinthians aceita, mas também uma multa judicial, que a gente não aceita. Por quê? Porque isso não passa no Conselho. Você não multa quem você está fazendo acordo – afirmou Matias Romano Ávila, diretor financeiro do clube, em entrevista ao podcast GE Corinthians em março.

Globo Esporte

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