Comissão de Atletas do COI amplia pesquisa para discutir protestos em Olimpíadas

(Foto: Leonardo Fernandez/Getty Images)


Na última terça-feira, a Comissão de Atletas de Esportes Pan-Americanos discutiu a possibilidade de modificação da chamada Regra 50 da Carta Olímpica, que prega a neutralidade dos Jogos e prevê punições aos esportistas que infringirem estas determinações. A questão ganhou atenção do Comitê Olímpico Internacional (COI), que seguiu adiante com o tema e agora vai realizar uma pesquisa mais completa, ouvindo atletas de todo o mundo.

Segundo a vice-presidente da Comissão de Atletas do COI, Danka Barteková, a pesquisa deve ser divulgada até o final do verão europeu - fim de setembro - e vai permitir que o grupo obtenha respostas "diretamente da comunidade de atletas em geral".

- Queremos a contribuição dos atletas para ampliar o alcance dessa consulta. Que ideias os atletas têm sobre como podemos enfrentar qualquer tipo de discriminação? Como podemos oferecer um espaço aos atletas para que os atletas possam falar do que é importante para eles durante as Olimpíadas? - indagou Barteková.

O assunto é polêmico e ganhou novo fôlego após a onda de protestos desencadeada pela morte do americano George Floyd, homem negro que morreu sufocado após um policial branco se ajoelhar sobre o pescoço dele por mais de oito minutos. Atletas em todo mundo se juntaram às manifestações que tomaram as ruas de cidades americanas e europeias, reforçando o coro antirracista e a necessidade de mudança.

Na esfera olímpica, a possibilidade de transmitir estas mensagens de cunho político e social é proibida pelo texto da Regra 50, que diz que “não será permitida nenhuma demonstração ou propaganda política, religiosa ou racial nas instalações olímpicas ou outras áreas”. Atletas que quebrarem essa norma, ajoelhando no momento do pódio ou levantando o punho cerrado, por exemplo, estão sujeitos a punições.

Em junho o Comitê Olímpico Internacional, afirmou que puniria quaisquer protestos nos Jogos de Tóquio. Logo depois, diante da repercussão negativa, o presidente da entidade, Thomas Bach, voltou atrás e disse que abriria o diálogo com a comissão de atletas.

Globo Esporte

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