Membro do Comitê Organizador diz que realização das Olimpíadas de Tóquio "depende dos EUA"

(Foto: Reuters)


Nas últimas semanas, o Japão viu crescer a quantidade de casos de coronavírus no país e o número de japoneses que são contrários às Olimpíadas de Tóquio. Ainda assim, cresceu, também, o otimismo entre os organizadores dos Jogos e do Comitê Olímpico Internacional. Mas, para Haruyuki Takahashi, membro do Comitê Organizador, a realização dos Jogos depende do apoio dos Estados Unidos e de seu novo presidente, Joe Biden.

Em entrevista ao jornal “Wall Street Journal”, Takahashi afirmou que os Jogos ganharão um apoio importante caso Biden se mostre favorável à realização do megaevento, com início no dia 8 de julho.

- Biden está enfrentando uma situação difícil com o coronavírus. Mas, se ele fizer uma declaração positiva sobre as Olimpíadas, ganharemos um forte impulso. Depende dos Estados Unidos. Eu odeio dizer isso, mas Thomas Bach e o COI não são os únicos que podem tomar a decisão sobre os Jogos. Eles não têm esse nível de liderança – afirmou.

Desde sua posse, na semana passada, Biden não falou publicamente sobre as Olimpíadas. Em todas as edições dos Jogos, os Estados Unidos têm o maior número de atletas. Além disso, representam ao COI o seu contrato mais lucrativo de transmissão na TV. Ainda assim, em resposta aos comentários de Takahashi, o COI afirmou ao jornal que os comentários do dirigente japonês “são obsoletos”.

- É lamentável que o Sr. Takahashi não conheça os fatos. Primeiro: é o USOPC (Comitê Olímpico dos Estados Unidos) que decide sobre a equipe olímpica e paralímpica dos Estados Unidos. Segundo: o USOPC nunca deixou dúvidas sobre sua participação – disse o COI, em comunicado ao jornal.

Takahashi, ex-executivo de uma agência de publicidade, recebeu US$ 8,2 milhões (cerca de R$ 43,6 milhões) do comitê que liderou a candidatura de Tóquio para os Jogos de 2020, de acordo com registros financeiros revisados pela agência de notícias “Reuters”. Ele reconheceu o recebimento do pagamento, mas negou qualquer impropriedade. Após seu envolvimento na campanha, Takahashi foi nomeado para o conselho do comitê organizador de Tóquio 2020.

Nesta terça-feira, Thomas Bach voltou a incentivar que os atletas sejam vacinados antes das Olímpiadas. O presidente do COI, no entanto, negou que a vacina vá ser obrigatória.

- Nós encorajamos todos os participantes olímpicos e paraolímpicos que recebem a vacinação a aceitá-la, também como um ato de solidariedade com os anfitriões japoneses e seus companheiros participantes – afirmou.

Globo Esporte

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