Vexame histórico: Real Madrid é eliminado da Copa do Rei por time da terceira divisão

(Foto: EFE/ Manuel Lorenzo)


Por mais que as atuações do Real Madrid estivessem longe de empolgar, a segunda colocação no Campeonato Espanhol conseguia atenuar a impressão ruim deixada em campo. Até que veio o primeiro abalo mais sério, a queda na semifinal da Supercopa da Espanha, semana passada. E nesta quarta-feira não teve salvação: em mais uma partida ruim, com um time recheado de reservas no início e algumas das estrelas quando a situação apertou, o Real perdeu na prorrogação por 2 a 1, de virada, para o pequeno Alcoyano, da terceira divisão espanhola, e foi eliminado da Copa do Rei na terceira fase. O gigante de Madri sofreu o gol da eliminação aos nove minutos do segundo tempo da prorrogação, um pouco depois de ficar com um jogador a mais, após a expulsão de Ramón López.

O jogo desta quarta marcou a estreia do Real Madrid nesta edição da Copa do Rei, e também a despedida mais precoce em cinco anos. A última vez que o Real foi eliminado tão cedo foi na temporada 2015/16, na mesma etapa, mas não não pelo placar em campo, e sim pela escalação irregular de Cheryshev contra o Cádiz. Na bola, o Real não caía nesta fase desde a temporada 2009/10, eliminado pelo Alcorcón. E o técnico Zinedine Zidane segue com sua escrita particular na Copa do Rei, único troféu que ele não conseguiu conquistar com o Real Madrid. Já o Alcoyano avança às oitavas de final pela primeira vez em sua história. Numa das outras vezes que tentou chegar tão longe, foi parado pelo próprio Real Madrid, na temporada 2012/13, com duas derrotas (4 a 1 e 3 a 0).

Zidane apostou em estreantes, como o goleiro ucraniano Andriy Lunin e o zagueiro espanhol Victor Chust, e em alguns reservas que estão precisando ganhar ritmo e mostrar serviço, como Marcelo, Vinicius Junior, Isco e Mariano Diáz. O que se viu em campo foi um time desorganizado, sem criatividade, que nada tinha mostrado de positivo até abrir o placar, aos 44 minutos do primeiro tempo, em cabeçada de Éder Militão após cruzamento de Marcelo.

Mesmo sem ver melhora no segundo tempo, Zidane só foi mexer no time aos 22 minutos, lançando Benzema no lugar de Mariano. Percebendo que o gigante espanhol não esboçava reação, o Alcoyano manteve a marcação forte, na esperança de uma chance de empatar, que chegou aos 34: após escanteio da esquerda, Ramón López desviou de cabeça, e Solbes completou na segunda trave. A partir daí, o Real perdeu também o controle emocional, atacante com ainda menos organização. E quando conseguia levar perigo, aparecia um dos heróis do time da casa, José Juan, goleiro que completará 42 anos na próxima semana, responsável por pelo menos três defesas importantes na partida.

Somente após o fim do tempo normal, Zidane resolveu lançar mais titulares em campo, trocando Vinicius Junior por Asensio logo ao fim dos 90 minutos, e depois Hazard e Toni Kroos nas vagas de Odriozola e Isco. Vencer na prorrogação já traria críticas, que seriam ainda mais pesadas se a vaga viesse nos pênaltis. E o que dizer do vexame de perder para um time da terceira divisão, e tendo um jogador a mais? Aos quatro minutos do segundo tempo, Ramón López foi expulso. O Real partiu para a pressão, mas aos nove, em um contra-ataque certeiro, o Alcoyano chegou ao gol da vitória: Diakité recebeu na área pela esquerda e cruzou para Juanan se antecipar a Lunin e marcar o gol histórico.

Globo Esporte

Comentários