Brasil supera baixas do covid e arranca empate com a Espanha na estreia do Mundial de handebol

(Foto: Reuters)


O caminho até o Mundial masculino de handebol foi cheio de barreiras para o Brasil. Disputas políticas e um surto de covid-19 atrapalharam, mas tudo ficou para trás. Nesta sexta-feira, a seleção brasileira superou os desfalques e abriu a competição no Egito arrancando um empate com a Espanha, atual campeã europeia e uma das favoritas ao título do Mundial. O placar de 29 a 29 mostrou que o Brasil se adaptou bem às condições da pandemia do coronavírus e estreou com força no grupo da morte.

Lateral esquerdo do Barcelona, o brasileiro Haniel Langaro foi eleito o melhor jogador da partida. Ele foi um dos artilheiros do jogo, com seis gols, empatado com o pivô Rogério, autor do último gol brasileiro. Com um jogador a menos nos últimos minutos, o Brasil chegou a estar na liderança do placar (29/28), mas a Espanha arrancou o gol do empate nos últimos segundos.

O ponta direita Rudolph e o lateral direito Gustavo também se destacaram, com cinco gols cada. O capitão Henrique Teixeira fez três gols, assim como o lateral direito José Toledo. Um gol do ponta direita Chiuffa completou a conta do Brasil. O goleiro Rangel teve participação importante, com boas defesas principalmente no início do jogo.

O peso do fator covid

O Brasil sofreu três desfalques antes do Mundial por causa do coronavírus. O goleiro Ferrugem foi o primeiro diagnosticado e foi substituído por Bombom. Thiagus Petrus, principal pilar da defesa, fez falta. Felipe Borges só testou positivo para covid-19 já no Egito e deixou apenas Cleber Andrade na ponta esquerda. O central João Pedro foi improvisado como titular da posição.

- A gente teve a perda de grandes jogadores. Tivemos que reorganizar o time sem muito tempo. Mas chegamos aqui pra lutar. Fizemos um excelente jogo. Infelizmente no final a Espanha conseguiu um golzinho. Acredito que o resultado superou nossa expectativa. Mostramos que somos uma equipe unida, que temos uma equipe muito forte - disse o pivô Rogério.

Velhos conhecidos

Atual campeã europeia, a Espanha teve a seu favor o técnico Jordi Ribera. O espanhol foi o comandante da seleção brasileira até as Olimpíadas do Rio de Janeiro e conhece bem os brasileiros.

Grupo da morte

O empate com o favorito no grupo da morte, o grupo B, deixa o Brasil em uma boa posição. A seleção ainda tem pela frente a Tunísia no domingo e a Polônia na terça-feira. Duas equipes com nível técnico similar ao do Brasil, que medem forças no fechamento da primeira rodada ainda nesta sexta.

O jogo

Apesar dos desfalques, o Brasil começou muito bem a partida graças a uma defesa 6-0 bem encaixada, que ajudou o goleiro Rangel a fazer grandes defesas. A Espanha teve muita dificuldade no ataque nos primeiros minutos do jogo. Os brasileiros aproveitaram para abrir 4 a 0 comandados por Haniel e Toledo. Poderia ter sido ainda mais se Chiuffa não tivesse perdido uma cobrança de sete metros.

Só que a Espanha não é a atual campeã europeia à toa. Os espanhóis foram aos poucos encontrando brechas na defesa brasileira, principalmente nos contra-ataques de Sole. Contra-ataque, aliás, foi o ponto fraco do Brasil, perdendo as três oportunidades que teve no primeiro tempo. A Espanha conseguiu a virada (9 a 8) e desgarrou no fim do primeiro tempo: 16 a 13.

A Espanha voltou com ritmo forte, amparado nos arremessos potentes de Cañellas. A Espanha abriu seis gols (22 a 16), e parecia que o jogo estava definido. Aí a defesa do Brasil voltou a encaixar. Haniel e Toledo puxaram a reação até o empate em 26 a 26. O Brasil cresceu na reta final, apesar de ter sido atrapalhado por uma sequência de punições de dois minutos. Ainda assim, com um jogador a menos, conseguiu assumir a liderança no minuto final (29 a 28) com um gol do pivô Rogério. Só que Jordi Ribera, que conhece bem o Brasil, armou uma jogada para a Espanha arrancar o empate nos segundos finais: 29 a 29.


Globo Esporte

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