Direção do Comercial prevê prejuízo maior caso Série A3 seja estendida

(Foto: Rafael Alves/Comercial FC)


A pandemia atingiu em cheio os clubes que não possuem um calendário robusto e as cotas mais generosas das Séries A e B do Brasileiro e das elites estaduais. Esse é o caso do Comercial, que já sofreu os efeitos do coronavírus em 2020 e faz contas num cenário de indefinição sobre a volta do futebol em São Paulo, que parou em 14 de março por conta do avanço da Covid-19 no estado.

Segundo o diretor de futebol do Leão, José Lourenço, o clube segue com a previsão de terminar o campeonato no início de junho. Caso esse prazo seja estendido, entrará um gasto extra que não estava planejado na temporada.

– Por enquanto não [tem prejuízo], existem os treinamentos, a alimentação, como se tivesse a competição. Mas a partir do momento que estender, aí vai ser um custo real. A gente realmente torce para que tudo melhore, o sistema de saúde, para que possamos voltar a fazer futebol – disse Zé Lourenço.

A falta de público nos estádios desde o início da pandemia, em março de 2020, tirou parte significativa da arrecadação do Comercial, que já havia sofrido um duro golpe com a proibição de bebidas alcoólicas nos estádios de Ribeirão Preto em maio de 2019. Além disso, por conta de dívidas trabalhistas de gestões anteriores, o clube tem suas cotas de participação na A3 bloqueadas na Federação Paulista de Futebol (FPF).

– O custo que temos é sem precedentes. Primeiro foi a proibição da venda de cerveja, que tirou uma renda muito grande da gente. Depois o momento da pandemia, muito adverso, afastou o público. Infelizmente nossa situação é muito difícil. A gente faz algumas ações gastronômicas, alguns torcedores ajudam, dirigentes, mas a receita é pequena perto do custo mensal – explicou o dirigente.

– A sobrevivência, no contexto geral dos clubes da A3, nós não temos cota da FPF, os aluguéis estão bloqueados [dos anexos do estádio Palma Travassos], temos que fazer milagre para continuar com as portas abertas – completou Zé Lourenço.

Além das dificuldades financeiras, o Comercial ainda lida com a frustração de nos últimos dois anos não ter conseguido sair da Série A3. Em 2019 parou nas quartas de final e em 2020 bateu na trave ao perder a semi para o EC São Bernardo, que ficou com a vaga na Série A2. Esses fatos aliados ao início irregular do time na atual temporada geraram protestos de torcedores.

– Fazer a gestão num clube de futebol é uma grande conquista, um aprendizado e ainda lidamos com paixão do torcedor. Nós também somos torcedores, mas não podemos usar a paixão, temos que usar mais a razão como dirigentes.

Globo Esporte

Comentários