Velocista de Belarus que pediu asilo durante as Olimpíadas põe medalha em leilão

(Foto: Reuters)


Depois de deixar a delegação de Belarus durante as Olimpíadas e receber asilo humanitário na Polônia, a velocista Krystsina Tsimanouskaya colocou em leilão uma medalha conquistada nos Jogos Europeus de 2019. O dinheiro arrecadado vai ser destinado a apoiar atletas, que como ela, estão sendo perseguidos pelo regime do ditador Aleksandr Lukashenko. As informações são da agência de notícias "Reuters".

O leilão é coordenado pela Fundação de Solidariedade no Esporte de Belarus, grupo que dá suporte a atletas presos ou afastados por causa de suas opiniões políticas contrárias ao regime de Lukashenko. O lance para levar o leilão da medalha de Tsimanouskaya já passa de U$ 5 mil (pouco mais de R$ 26 mil).

Relembre o caso

Durante os Jogos de Tóquio, Tsimanouskaya foi obrigada a fazer as malas e levada direto ao aeroporto, onde tomaria o voo de volta para casa por ter feito críticas públicas aos treinadores de atletismo de Belarus. No entanto, não chegou a embarcar, e pediu proteção à polícia e ao Comitê Olímpico Internacional (COI). O caso ganhou repercussão mundial, um inquérito foi instaurado, dirigentes expulsos, e a corredora ganhou asilo humanitário. Nesta sexta-feira, ela relatou o drama vivido nos últimos dias, e não descartou um retorno ao país de origem quando se sentir segura.

- A avó me ligou quando já estavam me levando para o aeroporto. Literalmente, tive uns 10 segundos. Ela me ligou, tudo o que ela me disse foi: Por favor, não volte para Belarus, não é seguro. Quando cheguei ao aeroporto, usei o Google Translate para traduzir para o japonês que precisava de ajuda. Eu fui para a polícia e mostrei a tradução - contou.

A corredora bielorrussa de 24 anos embarcou para a Polônia na última terça-feira, depois de o governo do país abrir as portas para que ela pudesse receber asilo humanitário. A oportunidade interessou a velocista, sobretudo, pela facilidade de seus familiares conseguirem visto para visitá-la.

Desde que se recusou a deixar o Japão, a atleta de Belarus recebeu o apoio do COI e do Comitê Organizador da Tóquio 2020, que decidiram acionar uma comissão de inquérito para investigar detalhadamente o caso. As entidades também retiraram as credenciais de um técnico e um dirigente bielorrussos, que foram expulsos da Vila Olímpica. Até então, Tsimanouskaya havia permanecido no consulado polonês, onde foi acolhida e aguardava enquanto as autoridades decidiam como tratar o seu caso.

Comitê de Belarus vetado nas Olimpíadas

O Comitê Olímpico de Belarus é chefiado por Viktor Lukashenko, filho do presidente do país, Alexander Lukashenko. Ambos foram proibidos de participar das Olimpíadas de Tóquio em meio a acusações de discriminação, censura e abuso de poder contra atletas que participaram de protestos contra a polêmica reeleição do presidente em agosto de 2020.

Globo Esporte

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