Wallace vê fim de ciclo na seleção; Lucão quer seguir: "Sou teimoso para c***"

(Foto: Getty Images)


Ainda na saída de quadra, apesar do calor da hora, alguns dos pilares da seleção brasileira já fazem a análise do ciclo que chega ao fim e do que vai começar. Wallace, ouro no Rio e prata em Londres, acredita que sua história na seleção acabou com a derrota para a Argentina na disputa pelo bronze em Tóquio.

- Sim, acho que sim (é o fim do meu ciclo). Estou há 11 anos na seleção, acredito que para mim seja o último. Acho que tudo que eu poderia dar para a seleção foi dado, e agora é bola para frente – afirmou o oposto, de 35 anos.

Da mesma geração que Wallace, Lucão, também de 35 anos, adota um tom contrário. O central, que foi um dos destaques de uma seleção instável em Tóquio, afirma que só vai deixar a seleção quando o técnico quiser.

- Eu sou teimoso para c****. Ano que vem é ano de Mundial. Eu sempre falei que vão ter que me tirar de ambulância da seleção brasileira, enquanto eu tiver condições, enquanto o treinador me convocar, estarei na seleção. Se for para jogar um amistoso, se for para jogar Sul-Americano, qualquer coisa vou estar lá, porque é o que a gente ama fazer, é o que a gente gosta de fazer, é o que traz o sustento para nossa família. O vôlei me deu tudo que tenho, então não posso dizer não. Eu me cuido. Estou sempre focado.

Bruninho, capitão do time, evita falar sobre futuro. O levantador afirma que, no momento, quer apenas descansar. Mas admite que a seleção deverá passar por uma renovação em um ciclo mais curto até as Olimpíadas de Paris, em 2024.

- Nessas horas é difícil fazer uma avaliação. Com certeza, é um momento muito tenso também. Tudo isso que a gente vem vivendo nessa temporada, então, nesse momento, a fadiga mental é muito grande. Difícil até dizer o que vai acontecer no futuro. A gente tem jogadores para mais de 33, 34 anos. Então, não sei o que o pessoal está pensando e o que nós também vamos decidir. Sei que é difícil (dizer), ainda mais depois de uma derrota, de uma frustração. Tudo isso pesa ainda mais.

A seleção brasileira chegou a Tóquio como grande favorita. Em quadra, porém, não conseguiu confirmar a superioridade. Ao cair nas semifinais para a Rússia, precisava recalcular a rota. Na disputa pelo bronze, porém, não conseguiu se livrar do peso da decepção. A ausência no pódio deixa marcas expostas em um grupo acostumado a vencer.

É a primeira vez que a seleção fica fora do pódio olímpico desde 2000, em Sydney. Desde então, havia chegado à decisão em todas as edições. Nas Olimpíadas na Austrália, a equipe caiu nas quartas de final justamente para a Argentina, que terminou em quarto lugar. Naquele ano, a seleção fechou a sua participação na sexta posição.

Globo Esporte

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