Para capitão polonês, prata no Rio seria fracasso

(Foto: FIVB)


"Estou indo para ganhar o ouro. A prata seria um fracasso, apenas o ouro interessa no Rio de Janeiro”. A afirmação, um tanto ousada, é do capitão da seleção polonesa de vôlei, o ponta Michal Kubiak, numa entrevista ao site Prezglad Sportowy, do seu país. “Acredito no nosso time, temos potencial para sermos campeões olímpicos”.

O vôlei masculino polonês tem uma medalha olímpica, o ouro conquistado há 40 anos, em Montreal 1976. Indagado se os atuais jogadores se espelham no sucesso daquela equipe, que também havia conquistado o título do Campeonato Mundial dois anos antes, Kubiak disse: “Não devemos olhar para trás, temos que escrever nossa própria história e conquistar o nosso ouro”.

Ex-capitão tem cautela
Entrevistado pelo mesmo site, o ex-capitão Marcin Mozdzonek foi mais modesto. “Queremos uma medalha no Rio e não cair mais uma vez nas quartas de final”, disse o central, que vai para sua terceira Olimpíada, o mais experiente do time. Em Atenas 2004, Pequim 2008 e Londres 2012, a Polônia acabou eliminada nas quartas – nas duas últimas edições era cotada para subir ao pódio.

Mozdzonek afirmou que seria desastrosa a não classificação da sua seleção para a Rio 2016. “Teria sido um desastre se nós não fossemos ao Rio. Sejamos honestos, estivemos próximos de falhar em Berlim”, comentou, referindo-se ao Pré-Olímpico europeu, quando na disputa do terceiro lugar, valendo vaga para o qualificatório mundial, a Alemanha teve um match point. “Se tivéssemos perdido ali, levaríamos anos para nos recuperarmos da crise. O vôlei polonês não é apenas o nosso time, mas as equipes juvenis, infantis, a prática do esporte nas escolas e clubes. Todos eles sofreriam impacto se não nos classificássemos para a Olimpíada do Rio”, completou. A seleção polonesa só conseguiu o bilhete na sua terceira tentativa, recentemente, no Pré-Olímpico Mundial disputado em Tóquio, Japão.

Sobre a divisão dos grupos nas Olimpíadas, Marcin Mozdzonek preferia que sua equipe tivesse caído no grupo A (Brasil, EUA, França, Itália, Canadá e México). Os poloneses estão na chave B, ao lado de Rússia, Irã, Argentina, Cuba e Egito. “Seria melhor ficar em um grupo mais forte e talvez pegar um jogo mais fácil nas quartas de final. Do jeito que está, nós devemos enfrentar Brasil, Itália, EUA ou França na fase seguinte. Todos são fortes. Podemos ganhar, mas também perder de qualquer um deles”.

Campeão olímpico critica equipe
Já Zbigniew Zarzycki, campeão mundial em 1974 e olímpico em 1976 com a seleção polonesa, acredita que os jogadores do seu país são fracos mentalmente. Numa entrevista ao site Sportowe Fakty, também da Polônia, ele comentou que a mentalidade vencedora faz falta ao time e que isso não se muda no curto prazo.

“Somos os atuais campeões mundiais e respeito aqueles atletas por isso, jogaram o torneio da vida deles. Mas, e depois? Desde então jogamos um voleibol razoável, ninguém no mundo do vôlei está falando na Polônia como maior força desse esporte”, afirmou ainda Zarzycki, 69 anos, que jogou pela seleção polonesa de 1968 a 1976, depois foi técnico na liga nacional e atualmente é comentarista de TV.

Depois da conquista do Mundial 2014, os poloneses não conseguiram mais nenhum título e estiveram longe de impressionar. Na Liga Mundial 2015 terminaram em quarto lugar, acumulando três derrotas consecutivas nas finais. Na sequência veio a Copa do Mundo, com doze participantes, mas apenas quatro potências, sendo que uma delas, a Rússia, saía de uma crise após uma atuação desastrosa na Liga Mundial. Com isso, sobravam Polônia, EUA e Itália. Os poloneses ficaram exatamente em terceiro. No Campeonato Europeu foram eliminados pela Eslovênia nas quartas de final.

O time tem como principais jogadores, além do próprio Michal Kubiak, o também ponteiro Mateusz Mika, que atualmente se recupera de uma contusão nas costas, e o oposto Bartosz Kurek.

UOL Esporte

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