Veteranas e obstetra ajudarão Brasil a escalar vôlei feminino para Rio-2016

(Foto: Divulgação/FIVB)


O técnico José Roberto Guimarães convocou 19 jogadoras para a temporada 2016 da seleção brasileira de vôlei feminino, mas poderá inscrever apenas 12 nas Olimpíadas, em agosto. Duas já estão fora (a oposta Monique pediu dispensa por motivos pessoais, e a central Carol foi cortada por questões físicas), mas ainda é preciso riscar cinco nomes da lista – o treinador ainda não estipulou uma data para a definição. O processo de escolha levará em consideração aspectos técnicos, táticos e físicos, é claro, mas também tem sido permeado por elementos menos aparentes. Conversas com veteranas têm servido como parâmetro, por exemplo, e uma consulta médica marcada para esta semana também será decisiva.

A levantadora Fabíola, 34, agendou para a próxima terça-feira (14) o retorno ao obstetra. A jogadora foi convocada para a temporada 2016 da seleção e é a favorita de Zé Roberto para a reserva de Dani Lins, 29, mas estava grávida quando a lista foi montada. Deu à luz no dia 19 de maio, e agora depende da recuperação física para saber se estará na Rio-2016.

Fabíola dependia de uma série de fatores para conciliar a gravidez e os Jogos Olímpicos em um período tão enxuto. A levantadora precisava de um parto normal, o que aconteceu (a recuperação é mais rápida do que uma cesárea). Além disso, teve de planejar aspectos como alimentação e tempo de amamentação do bebê. O cronograma da comissão técnica prevê que ela comece a treinar no dia 20 de junho, mas isso depende de um aval do médico na próxima consulta.

“Dia 19 é domingo, que é exatamente um mês do nascimento do filho. Ela deve se apresentar em Saquarema-RJ no dia 20”, disse Zé Roberto no domingo, depois da vitória por 3 sets a 0 sobre a Sérvia.

Zé Roberto chamou quatro levantadoras para esta temporada. Dani Lins, titular da seleção, está garantida nos Jogos. As outras candidatas são Fabíola, Roberta e Naiane, que também ainda não está com o grupo – foi liberada para disputar um torneio em Montreaux com a equipe B.

“A gente sabe que vai precisar de bastante experiência aqui dentro, e isso é importante. O mais complicado para a gente é sentir como cada uma delas vai sentir essa pressão. Você convive uma vida com as jogadoras e sabe quem sente mais e quem sente menos. Você sabe quais são as que podem até estar com o coração mais acelerado, mas terão aquele timing quando a bola subir”, disse o treinador.

A definição dos últimos cinco cortes também passará por conversas com as atletas mais experientes do grupo. Zé Roberto tem nomes como Fabiana, Thaísa, Jaqueline, Sheilla e Fernanda Garay, base que conquistou o ouro nas duas últimas edições de Jogos Olímpicos (Pequim-2008 e Londres-2012).

“Eu converso com as mais velhas. Peço opinião. Lógico que é importante. Não é que elas decidirão, mas ouvir é sempre bom. Elas estão ali na quadra e têm um parâmetro diferente da gente que está lá fora”, admitiu o comandante da equipe nacional.

Nesse caso, as conversas não são apenas sobre aspectos técnicos. O que Zé Roberto procura é a formação que tenha mais unidade: “É importante ter segurança em quem está do lado, e a gente tem de buscar isso. O feedback é das jogadoras que entendem isso. Quem der mais estabilidade para o time e estiver num melhor momento vai ser chamada”.

Além da briga entre as levantadoras, Zé Roberto precisa decidir entre as líberos (Camila Brait é a favorita, mas Leia foi titular no último domingo e recebeu elogios), escolher a terceira central (Adenízia e Juciely são as opções) e escalar a última atacante (ele pode levar Tandara como oposta ou usar Natália na inversão e acomodar Mari Paraíba no elenco). Contra a Sérvia, o comandante chegou a usar Adenízia como oposta e cogitou testar Thaísa nessa posição.

UOL Esporte

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