Deschamps iguala Beckenbauer e Zagallo e é campeão como técnico e jogador

(Foto: Getty Images)


Didier Deschamps entrou neste domingo, com a vitória de 4 a 2 sobre a Croácia, para um seletíssimo rol: o de campeões da Copa do Mundo como jogador e treinador. Agora são três nesse grupo: Zagallo (1958, 62 e 70), Franz Beckenbauer (1974 e 90) e o francês, que foi capitão em 1998 e técnico agora de estrelas como Mbappé, Pogba e Griezmann.

– Sim, os melhores técnicos! Eu não estou pensando em mim, na verdade, mas evidentemente sinto orgulho disso, é preciso ganhar títulos. Me fez tão mal perder o título europeu dois anos atrás, mas serviu para nos dar mais força. Desmistificamos um pouco essa história de jogos da final, o jogo pertence aos jogadores, eles é que ganharam a partida e são campeões do mundo. Somos cerca de 20 pessoas na comissão técnica, é o resultado de muito trabalho – disse o treinador logo após a partida.

O treinador valorizou trabalho do elenco e as dificuldades enfrentadas no caminho até o título.

– É tão bonito, tão maravilhoso. Mesmo que já tenha havido outros campeonatos antes, é preciso lembrar que é um feito hoje. Não jogamos um jogo fantástico, mas enfrentamos uma equipe de qualidade. Estou muito feliz por esse grupo, pois temos uma longa jornada, não foi algo simples. Isso é resultado de muito trabalho, passamos por alguns momentos difíceis, mas agora eles estão no teto do mundo por quatro anos.

Trajetória conturbada e sombra de Zidane

Até o fim da primeira fase, Deschamps ainda era alvo de críticas severas no país, que não engolia a derrota para Portugal na final da Eurocopa em casa, em 2016. Todos cobravam um futebol melhor com os jogadores convocados, e poucos acreditavam na ida à final. O time acabou embalando na fase de mata-mata.

O contrato de Deschamps vai até a Eurocopa de 2020, mas muitos apontam uma "sombra" de Zinedine Zidane, que está livre no mercado desde que deixou o Real Madrid, pouco antes da Copa do Mundo. Na imprensa francesa, falava-se que se a campanha da seleção no Mundial fosse muito ruim, a troca de comando técnico seria já em agosto. Agora, porém, não são poucos os jornalistas franceses que especulam sobre "uma saída por cima" de Deschamps, deixando o cargo vago para Zidane.

Deschamps se tornou, durante a Copa do Mundo, o técnico com mais jogos pela seleção francesa. A partida contra a Croácia foi sua 83ª no cargo, deixando para trás Raymond Domenech, que comandou a equipe por 79 vezes.

Deschamps assumiu a França em 2012, logo após a Eurocopa. Entrou na vaga de Laurent Blanc, seu companheiro na conquista da Copa de 1998. Ao longo dos 83 jogos disputados até aqui, o treinador obteve 54 vitórias, 15 empates e 14 derrotas.

Nesse período, Deschamps teve alguns desentendimentos, principalmente com Benzema, afastado da seleção após incidente com Valbuena. Mas também mostrou ter acertado em várias apostas, baixando consideravelmente a média de idade da equipe (a França foi a seleção mais jovem da Copa, ao lado da Nigéria, com exatos 26 anos).

Durante a campanha vitoriosa na Copa, Deschamps foi visto fazendo tanto afagos como broncas em jogadores como Griezmann, Pogba e Mbappé. E também mostrou seu lado supersticioso – ninguém pisa o campo de treino antes de ele entrar. E com pé direito

Globo Esporte

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