Após 4ª derrota seguida, Abel Braga pede reforços no Fluminense: "Faltam peças"

 (Foto: Alexandre Durão)


O Fluminense vai para o recesso da Copa do Mundo pressionado. Após a derrota para o Santos, nesta quarta-feira, no Maracanã, por 1 a 0, a quarta consecutiva, alcançando cinco jogos sem vitória, o time ouviu muitas vaias da torcida. Abel Braga, pela primeira vez na temporada, fez um apelo público ao presidente Pedro Abad: a contratação de reforços.

- É um momento oportuno. Para deixar algumas coisas e atitudes extremamente corretas de lado para ir buscar mais jogador. Não é que esse grupo não tenha qualidade, mas falta reposição. O grupo inteiro estava jogando bem. O problema começou quando começou a machucar. Complicou. Já se tinha forma de jogar desde os EUA, mas perdemos o coletivo, a coisa mais forte que a gente tinha. E, com o coletivo forte, a individualidade sobressaía, mas agora faltam peças - disse Abel.

Nesta quarta, o treinador não contou com Renato Chaves, Gum e Ayrton Lucas (poupados dado o desgaste), Léo e Gilberto (tornozelo direito) e Marcos Junior (machucado na coxa esquerda). Além disso, há descontentamento do grupo com os atrasos salariais. Abel disse que a situação não o faz pensar em pedir demissão - tem contrato até o final do ano.

- Não muda nada. O que tenho de falar de coisa interna, falo internamente ao presidente e ao vice. Já vem um diretor executivo. Se tivesse afetando, o time não corria. Hoje foi paga uma imagem. Claro que seria o ideal os jogadores atuarem com a cabeça tranquila. A gente não pode ir por aí. É um pouco covarde, sabe? Não dá para colocar o que aconteceu no ano passado e agora nas costas do Abad. Não é por aí. Eu lembro muito bem que, no final de janeiro, ele colocou a situação real do Fluminense. Eu disse a ele que teria de explicar isso. Pois iria cair nas costas dele. Não quero soar político. Eu gosto muito dele. É correto, do bem, homem. Conheci até a família. Pessoal de nível - avaliou.

Há cinco jogos sem vitória no Brasileirão, o Fluminense ficou estacionado nos 14 pontos. Após a Copa do Mundo, o Tricolor encara o Vasco, no dia 19 de julho, às 20h (de Brasília), em partida válida pela 13ª rodada.

Veja outro trechos da coletiva:

Análise do jogo

A partida foi de enorme de um time com o outro. Jogo esteve igual durante muito tempo. Terminamos os últimos 15 do primeiro tempo melhor. Depois que entrou o Copete, eles ficaram mais agudos. Não fico lamentando quem não pode jogar. Tem de colocar uma equipe em campo, quem jogou foi o Fluminense. Já tivemos várias vezes dificuldades iguais e superamos. O Santos foi feliz. Achei que o jogo iria ficar empatado, mas eles tiveram as melhores chances. Uma do Gabigol e a outra a cabeçada do Bruno Henrique. É um time qualificado, de toque de bola. Neutralizamos isso. Mas teve uma jogada... Houve a diferença individual naquele lance. Bruno entrou por trás e fez o gol.

Situação do treinador com a direção

O torcedor tem o direito, quer ver o time com os melhores jogadores. Mas o clube não tem essa condição. Minha situação com o clube é igual e com a direção, espetacular. Tenho admiração, relação honesta com o presidente e com o vice de futebol. Estamos em um momento é complicado, são cinco jogos sem ganhar. Todo mundo tem de sentar e achar solução. É um momento importante, todos vão esfriar a cabeça e depois voltar para a intertemporada. Sem esquecer que os outros são fortes e nós precisamos ficar muito mais fortes.

Ponto positivo da parada da Copa

O ponto positivo é que vou poder recuperar os caras. Jadson é um exemplo. Richard, Gilberto, Renato Chaves, Ayrton Lucas, Marcos Junior e Pedro. Esses caras vão voltar todos bem. Mas lá na frente, com jogos quarta e domingo, vai ter o mesmo problema. Por isso, tem de ter reposição. Tem de ter número. E qualidade. No ano passado, pagamos preço com as lesões e as saídas de Wendel e Richarlison. Não podemos repetir o ano passado. Voltaremos em julho e não vamos para mais. Por isso é fundamental ter número suficiente. Existem posições... Não tinha Gum e Renato. Era o Frazan no banco. Sem Gilberto e Léo, colocamos o Norton. Ele fez o possível. É assim.

Salários e ausência de Autuori

Não muda nada. O que tenho de falar de coisa interna, falo internamente ao presidente e ao vice. Já vem um diretor executivo. Se tivesse afetando, o time não corria. Hoje foi paga uma imagem. Claro que seria o ideal os jogadores atuarem com a cabeça tranquila. A gente não pode ir por aí. É um pouco covarde, sabe? Não dá para colocar o que aconteceu no ano passado e agora nas costas do Abad. Não é por aí. Eu lembro muito bem que, no final de janeiro, ele colocou a situação real do Fluminense. Eu disse a ele que teria de explicar isso. Pois iria cair nas costas dele. Não quero soar político. Eu gosto muito dele. É correto, do bem, homem. Conheci até a família. Pessoal de nível.

Agora, o torcedor está a par disso tudo. Ele quer ver conquista, um grande time. Conquistamos pouco. Dois títulos pequenos. Guanabara do ano passado e Taça Rio desse ano. Isso não basta ao torcedor. É meio complexo. É um momento oportuno. Para deixar algumas coisas e atitudes extremamente corretas de lado para ir buscar mais jogador. Não é que esse grupo não tenha qualidade, mas falta reposição. O grupo inteiro estava jogando bem. O problema começou quando começou a machucar. Complicou. Já se tinha forma de jogar desde os EUA, mas perdemos o coletivo, a coisa mais forte que a gente tinha. E, com o coletivo forte, a individualidade sobressaia, mas agora faltam peças.

Gum/Renato Chaves

Eles poderiam jogar ou ter uma contusão muito séria. E perderiam a intertemporada. Essa zaga jogou bem, mesmo perdendo de cinco do Atlético-MG. Não houve isso. Ibanez estava bem e hoje sentiu. Marcos Junior estava bem e saiu com 10 minutos contra o Paraná.

Globo Esporte

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