Amadeu não entrega os pontos pelo Mundial: "Se não houver esperanças, temos que ser dignos"

(Foto: Raphael Zarko)


A segunda derrota consecutiva no hexagonal final do Sul-Americano - a terceira na competição - deixou o Brasil mais distante de uma das quatro vagas para o Mundial da Polônia. Depois de fazer o mais difícil e empatar uma partida que perdia por 2 a 0 aos 20 minutos do segundo tempo, o chute de Pablo Garcia, com o time brasileiro exposto, foi a ducha de água fria numa campanha decepcionante.

O técnico Carlos Amadeu pediu aos jogadores que acreditem até o fim. Faltam dois jogos e o Brasil ainda sonha com uma das quatro vagas, podendo chegar a sete pontos. Ele lamentou a falta de tranquilidade depois do empate, com o time se expondo para buscar a vitória.

- Se não dá para ganhar, um ponto seria importante para classificação no Mundial. Mas ainda estamos vivos. Para o título damos adeus. Mas tenho plena consciência de que podemos ainda conquistar essa classificação - disse o treinador do Brasil sub-20.

Campeão sul-americano sub-17 invicto há apenas dois anos, Amadeu lembrou que os resultados servem de aprendizado para ele e toda essa geração que disputa a competição sub-20. O treinador se colocou à frente do eventual fracasso no objetivo de chegar ao Mundial da Polônia:

- Enquanto tiver esperanças vamos em busca. Se não houver esperanças, temos que ser dignos. Eu sou o responsável. Bato no peito e assumo - afirmou Carlos Amadeu, que manteve a confiança no grupo.

- Se trouxe eles até aqui é porque confio neles. Independente da desconfiança externa, que é normal que abandonem, sigo acreditando e falei para os jogadores já.

O jogo

Encontramos adversário que se fechou bem pelo centro. Conversamos isso antes no vestiário. Tínhamos que jogar pelo lado do campo ou cavar uma bola na última linha. Tivemos tentativas equivocada e jogamos por dentro. Nos contra-ataques surgiram os dois gols deles. Houve um pênalti claro e uma falta que não sei se foi.

A reação

Tivemos poder positivo de reação. Colocamos o Lincoln e liberamos os dois laterais para jogadas pelos lados. Reagimos, empatamos e poderíamos ter virado. Faltou um pouco de tranquilidade. Estávamos com bola sobre controle e saímos de forma equivocada. O adversário acertou um baita de um chute.

Entrada de Ramirez

Quisemos manter o que fizemos no jogo anterior, com aproximação do Ramirez ao lado do Igor, com dois atacantes pelos lados. Mas tivemos dificuldades de funcionamento técnico, perdemos confrontos físicos e ainda assim tivemos algumas oportunidades. Duas ou três chances claras e faltou passe melhor, arriscar finalização, coragem para arriscar. Tentamos fazer essa correção colocando o Lincoln e surtiu efeito.

Falta de confiança e desgaste

Pressão gera falta de confiança. Mas esse é meu papel. Conversar, buscar confiança, fazer esse trabalho o tempo todo. Buscando a melhor formação no caráter tático. Alguns jogadores estão extremamente desgastados. O Vitão ficou muito tonto, com calor de 36 graus. Foi um jogo de baixa dinâmica, com duas equipes desgastadas. O Uruguai soube tirar proveito nos atacando pelo lado esquerdo de ataque.

Campanha decepcionante

Quando as coisas não funcionam temos tendência a nos retrair. Não podemos perder o equilíbrio. Continuo equilibrado, e hoje nós mostramos crescimento de equilíbrio. Saímos perdendo de 2 a 0. Já nos comportamos melhor no fim do jogo. Faltam seis pontos. Enquanto tiver esperança vamos em busca.

Globo Esporte

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