Inter de Limeira leva disputa para os pênaltis com gol aos 46, supera XV e volta à elite paulista após 14 anos

(Foto: Marcos Ribolli)


A elite do Campeonato Paulista terá em 2020 um dos mais ilustres filhos e o primeiro campeão do interior! Em duelo digno da tradição e da rivalidade dos dois times, com uma dose cavalar de emoção, a Inter de Limeira conquistou o acesso à Série A1 ao superar o XV de Piracicaba nos pênaltis por 4 a 3, após empate por 2 a 2 no tempo normal, diante de 14.669 torcedores no Barão da Serra Negra, na noite deste sábado. A espera acabou: é a volta do Leão da Paulista à primeira divisão depois de 14 anos - a última participação foi em 2005. Já o Nhô Quim tinha a vaga na mão até os 46 minutos do segundo tempo, quando a Inter buscou o empate e levou a definição aos pênaltis para fazer a festa na casa do adversário.

Com o acesso garantido, a Inter de Limeira vai em busca do título. Campeão estadual em 1986, o time faz a final contra quem passar do duelo entre Água Santa e Santo André. Após vitória do Ramalhão por 2 a 0 no jogo da ida, os times se enfrentam neste domingo, às 11h, no Distrital de Inamar.

O XV sai frustrado por perder o acesso em casa, mas ainda alimenta uma mínima chance de chegar à elite em 2020. Se o Água Santa reverter a vantagem do Santo André, o Nhô Quim terminará com a terceira melhor campanha entre os semifinalistas e ficaria no aguardo da "vaga extra" que o regulamento prevê em caso de desistência de participação de um time da divisão superior. É o que pode acontecer devido à fusão entre RB Brasil e Bragantino. Então, o XV ainda carrega a esperança de retornar ao Paulistão sem ter que disputar a Série A2 pela terceira temporada seguida em 2020.

Quem foi ao Barão da Serra Negra precisou de fôlego para acompanhar as reviravoltas da partida, De um primeiro tempo com três gols a uma etapa final com empate nos acréscimos. O XV começou melhor e saiu na frente com Gilberto Alemão, em cobrança de falta. Jean Pablo igualou para a Inter, mas Kadu Barone recolocou o XV em vantagem logo na saída de bola. Quando a torcida do Nhô Quim ensaiava uma comemoração, Elvis aproveitou rebote e empatou, aos 46 minutos, reservando mais emoção para a disputa de pênalti.

Assim como já havia acontecido nas semifinais da Copa Paulista de 2017 entre os times, Rafael Pin brilhou nos pênaltis. Ele pegou as cobranças de Bruninho e Fraga. Cássio Gabriel também errou para o XV ao acertar o travessão - Ronaldo, Gilberto Alemão e Douglas Marques marcaram. Pela Inter, Jean Pablo, Chumbinho fizeram, Tcharlles parou em Luiz Fernando, Mael guardou, e França teve a chance de sacramentar o acesso na quinta cobrança, mas isolou. Depois de Pin pegar o chute de Fraga, coube ao zagueiro Oliveira levar a Inter à elite!

Bastou o árbitro apitar para Misael dar o tom do espírito do XV, sem aliviar na dividida com Tcharlles. O primeiro tempo foi eletrizante do começo ao fim. Com a atmosfera favorável, o Nhô Quim entrou pilhado e exerceu uma pressão inicial até abrir o placar em cobrança de falta de Gilberto Alemão, aos 12 minutos. Foi o quarto gol dele na A2 - o terceiro de falta. Mas a Inter também tinha o seu zagueiro-artilheiro. Em desvantagem, o Leão cresceu de produção, obrigou Luiz Fernando a fazer duas grandes defesas e chegou ao empate em cobrança de falta ensaiada que terminou na cabeçada de Jean Pablo, que marcou pela terceira vez no torneio. O gol da Inter saiu aos 31. E aos 32 o XV já estava novamente na frente após Kadu Barone aproveitar cruzamento de Macena e desviar para as redes. As bolas paradas pelo alto voltaram a provocar lances de emoções na reta final. Pelo XV, Ronaldo acertou o travessão. Do lado da Inter, quem levou perigo foi Nata.

Ao contrário do primeiro tempo, o jogo ficou mais amarrado e truncado depois do intervalo. Conforme o relógio andava, aumentava a necessidade da Inter se abrir, e o time deixava espaços para os contra-ataques do XV. Foram duas chances claras de liquidar a fatura, a primeira com Bruninho, que Jean Pablo salvou em cima da linha, e a segunda com Lucas Formiga, que escorregou, aos 45. O castigo veio na sequência. Luiz Fernando voou para espalmar chute de Tcharlles, mas Élvis pegou a sobra e mandou rasteiro para recolocar a Inter no jogo, silenciando um Barão da Serra Negra que já fazia a contagem regressiva para soltar o grito do acesso. Esse grito saiu, mas da boca de quem estava em minoria no estádio. Uma minoria que estava com o grito preso, entalado, trancafiado há 14 anos. Agora ele ecooa por toda a região. Por todo o interior. Por todo o estado de São Paulo. O campeão paulista de 1986 está de volta à elite.

Globo Esporte

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