Sucessores de Thiago Pereira, Caio Pumputis e Leo Santos lideram nova safra dos 200m medley e vão a Mundial

(Foto: Ricardo Bufolin/ECP)


O Brasil tem um passado de grandes resultados nos 200m medley graças a Thiago Pereira, com medalhas em Campeonatos Mundiais e Jogos Pan-Americanos - outro bom nome do país foi Henrique Rodrigues. Na noite deste sábado no Troféu Maria Lenk, a final da prova provou que os jovens chegaram para ocupar com autoridade o vazio deixado pelos dois.

Caio Pumputis, de 20 anos, venceu a disputa em 1min57s70, nona melhor marca do mundo na temporada e três segundos mais rápido que seu melhor até esta noite. O jovem paulistano, que há dois anos mora nos Estados Unidos (estuda na Universidade da Geórgia), vai nadar a distância no Mundial de Esportes Aquáticos de Gwangju, na Coreia do Sul, em julho, e nos Jogos Pan-Americanos de Lima, em agosto. Ele já havia obtido vaga para competir nos 200m peito nos dois eventos.

- Eu gostei muito. Nem esperava fazer 1min57. Estava buscando fazer 1min59 ou 1min58 alto. Saber que você pode sonhar e brigar ali entre os oito do mundo e, quem sabe, conseguir uma medalha é uma motivação enorme para treinar mais - disse o nadador.

Pumputis surgiu com força no cenário nacional no ano passado, quando se classificou para o Mundial em piscina curta (25m) de Hangzhou, na China, sua estreia pela seleção. Hoje, ele sabe que está em um patamar acima, entre os melhores da elite nacional. Agora, quer encostar na mundial.

- Lembro a seletiva olímpica de 2016, que foi quando o Henrique Rodrigues e o Thiago Pereira fizeram 1min57s9 e terminaram Empatados. Eu assisti àquilo de lá. Estava na série. Fiz 2min04s, e hoje consegui baixar sete segundos - comentou.

O segundo colocado na prova foi Leonardo Santos, que marcou 1min59s56, tempo que também lhe garante vaga no Mundial e no Pan. O carioca de 24 anos foi campeão mundial e recordista mundial com o revezamento 4x200m livre no Mundial de Hangzhou, em dezembro, ao lado de Luiz Altamir, Breno Correia e Fernando Scheffer.

Santos havia ficado a oito centésimos da obtenção da vaga nos 400m medley, e encarou essa "conquista" com alívio. Dessa vez, o cronômetro sorriu para ele, que chegou apenas 36 centésimos à frente do terceiro colocado, Gabriel Ogawa.

- Cara, aqueles oito centésimos ficaram entalados para mim. Queria muito estar nesse Mundial da Coreia agora, porque será uma prévia da Olimpíada daqui a um ano. Então, com certeza eu visei esse índice aí e fui com tudo para ele. Não fiz a melhor prova, mas só de estar indo para uma seleção, minha terceira seguida, me deixa muito feliz - afirmou.

No Mundial, é bem provável que Santos também seja usado nas eliminatórias do revezamento 4x200m, já que ele conseguiu uma boa marca na final individual da prova no Troféu Maria Lenk.

O foco, porém, está nos 200m medley que ele aprendeu a apreciar vendo Thiago Pereira e Henrique Rodrigues.

- Acho que as saída do Thiago e do Henrique, para a garotada mais nova, foi muito bom. A gente os via muito como espelho. Então, às vezes, tinha aquela situação de respeitar demais. Quando eles se aposentaram, aquilo ali acabou para a gente. Nós nos vimos no lugar de tomar a posição e assumir essa classe do medley do Brasil - comentou.

O próximo capítulo dessa "tomada de poder" se dará na Coreia do Sul, mais precisamente em Gwangju, a partir de 21 de julho, quando se iniciam as provas de natação do Mundial.

- Estou muito feliz mesmo com esse resultado. É muito importante. O Mundial vai ser a prévia da Olimpíada. Lógico que a gente quer muito estar no Pan-Americano, quer muito estar na seleção do Brasil, mas eu tinha que estar lá nesse Mundial. Vai ser do caramba - concluiu Santos.

Globo Esporte

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