Comitê Organizador de Tóquio anuncia cortes de R$ 1,5 bilhão e novo orçamento só em dezembro

(Foto: Issei Kato/Reuters)


O Comitê Organizador dos Jogos de Tóquio anunciou nesta quarta-feira cortes na faixa de US$ 280 milhões de dólares, mais de R$ 1,5 bilhão na cotação atual, na realização do evento. Esse valor representa uma economia em torno de 2,5% do montante inicialmente previsto. O orçamento revisto, com os adicionais gerados pelo adiamento, só deverá ser divulgado em dezembro.

Desde o início discutimos como poderíamos cortar custos. O COI tem a Agenda 2020, e basicamente usamos esse novo modelo de organizar os Jogos. Há gastos impossíveis de reduzir, mas tivemos que simplificar nossa operação dos Jogos. Quase não havia extras, mas tivemos que simplificar ainda mais.

- Desde o início discutimos como poderíamos cortar custos. O COI tem a Agenda 2020, e basicamente usamos esse novo modelo de organizar os Jogos. Quase não havia extras e há gastos impossíveis de reduzir, mas tivemos que simplificar nossa operação dos Jogos - disse um dos representantes do Comitê, que completou:

- Nos últimos dois meses fizemos estimativas, mas ainda estamos calculando o novo custo total e não podemos apresentar um número final. Vai depender das medidas que tomaremos contra o coronavírus. Se esta economia de R$ 1,5 bilhão vai ser suficiente para equilibrar os novos gastos? Ainda não sabemos .

No início de setembro a imprensa japonesa havia divulgado que a economia inicial deveria ser na ordem de 1,5%, com apenas 60 dos 200 itens previstos pela organização em discussão para redução de gastos. Sabe-se que se referem principalmente a itens decorativos e pequenos luxos, como festas e recepções.

Também foi citada uma "otimização do revezamento da tocha olímpica". O Comitê disse que houve discussões sobre a redução de dias e condutores, depois descartadas. O que deve haver é corte das cerimônias de recepção da tocha em algumas cidades e simplificação da escolta. Anteriormente o Comitê Olímpico Internacional (COI) havia se mostrado contra alterações tanto no revezamento quanto nas cerimônias de abertura e encerramento.

A divulgação do novo orçamento é importante porque o adiamento dos Jogos acarretou uma série de gastos imprevistos e que extrapolam a previsão original de gastos. Os organizadores precisaram renegociar a utilização das arenas de competição e, principalmente, a ocupação da Vila Olímpica, por exemplo. Os apartamentos haviam sido vendidos e já estariam em posse dos novos proprietários nas novas datas em que as Olimpíadas (23 de julho a 8 de agosto) e Paralimpíadas (24 de agosto a 5 de setembro) serão disputadas. Essas despesas devem gerar um salto no custo total dos Jogos.

Os organizadores também enfrentam desafios para o custeio do evento, uma vez que diversos patrocinadores estão temerosos em manter os investimentos prometidos, visto que a pandemia de Covid-19 ainda não está controlada e é impossível ter certeza sobre a realização do evento.

Segundo um estudo da Universidade de Oxford, os japoneses tinham divulgado um orçamento de US$ 7,3 bilhões (mais de R$ 40,3 bilhões na cotação de hoje) quando Tóquio foi eleita cidade-sede, em 2013. Com o adiamento das Olimpíadas para 2021, esse custo estaria em torno US$ 15,84 bilhões (pouco mais de R$ 88,26 bilhões). O valor é superior aos US$ 14,95 bilhões (R$ 83,3 bilhões) gastos nos Jogos de Londres 2012, até então os mais caros da história.

Globo Esporte

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