Técnico do São Bento desabafa após ter de usar goleiro no ataque: "Página triste do futebol"

(Foto: Neto Bonvino/Bento TV)


O técnico Edson Vieira desabafou após arrancar um empate contra o Criciúma, na noite da última segunda-feira, em duelo válido pela 12ª rodada da Série C do Brasileiro e disputado no estádio Walter Ribeiro, em Sorocaba.

O resultado poderia considerado comum se não fossem os desfalques do São Bento. Com 15 jogadores infectados com Covid-19, três no departamento médico, dois afastados com sintomas de coronavírus e um suspenso, o time teve apenas 12 jogadores disponíveis para a partida. Único reserva no banco, o goleiro Lucas Mancanhan atuou como atacante no segundo tempo.

– Não podemos ser comparados ao Flamengo, São Paulo, não fretamos avião e temos nossas dificuldades. Com todo respeito à CBF, quem sou eu para criticar a entidade, mas o futebol escreveu uma página muito triste nesta noite. Deus ajude que o Criciúma não tenha testes positivos de covid depois dessa partida. Sabemos que o atleta não vai morrer, mas passa para os familiares. Os que tinham sintomas não estiveram aqui. Fizemos tudo que manda a CBF, o protocolo diz 13 jogadores – disse o técnico do São Bento.

O surto no elenco do São Bento aconteceu logo após o retorno da viagem para Brusque, onde o time acabou derrotado pelos donos da casa. Após novos exames para a partida contra o Criciúma, 12 jogadores testaram positivo. Em novos testes, mais três jogadores foram infectados, além de outros dois que, apesar dos testes negativos, acabaram afastados por terem sintomas.

– Tem pessoas que estão confundindo. Fomos para uma viagem completos, voltamos dessa viagem com 15 contaminados, sendo que seguimos todos os protocolos. O inimigo é invisível, não tem como dar dura no São Bento. É inacreditável dizerem que o São Bento não se cuidou. Temos que ter honra, jogamos sem trapaça, com respeito ao que foi pedido. Teve um dia que o Marcelo (assistente) compôs o treino, assim como o Marquinhos (roupeiro). Foi uma semana muito dura para nós. Achamos que não merecíamos a derrota em Brusque, e tudo que aconteceu na Série A2 –argumentou Edson Vieira.

O inimigo é invisível, não tem como dar dura no São Bento. É inacreditável dizerem que o São Bento não se cuidou. Temos que ter honra, jogamos sem trapaça, com respeito ao que foi pedido. - Edson Vieira.

O ponto conquistado pelo São Bento tirou o time da lanterna, mas não amenizou a situação na tabela do Grupo B da Série C do Brasileiro. Com nove pontos, o time é o penúltimo colocado da chave, ainda dentro da zona de rebaixamento. São quatro pontos a menos que o São José, primeiro fora da degola.

– Estou fazendo uns cálculos, precisamos mais 10 pontos para escapar. Um pouco acima de 50% por conta dos confrontos diretos. Sempre pensamos em vencer, mas seria difícil da nossa parte. Parece um sonho em vários aspectos, nunca mais vou viver isso. O São Bento começa a entrar pro hall nos times do Brasil onde as coisas mais absurdas acontecem. Aqui dentro não duvidamos de mais nada em relação a dificuldade e com isso nos fortalecemos. Está virando uma marca desse clube e tenho participado disso. Toda hora tem algo aqui, até cabelo está nascendo na minha cabeça – avalia o treinador.

O São Bento entra em campo pela 13ª rodada da Série C do Brasileiro no próximo domingo, às 16h30, quando enfrenta o Ypiranga-RS, no estádio Colosso da Lagoa, em Erechim. A tendência é poder contar com pelo menos 12 dos 15 jogadores que atualmente estão com Covid-19.

Globo Esporte

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