Hamilton fala como vice e Rosberg adota jeitão de Prost em dias decisivos

(Foto: Clive Mason/Getty Images)


Um vem em grande fase, mas sabe que, mesmo se vencer as duas provas restantes no mundial, ainda assim dependerá de um tropeço do companheiro para ser tetracampeão. O outro, em busca de seu primeiro campeonato, demonstra não se incomodar em colecionar segundos lugares para atingir seu objetivo. Os dois postulantes ao título na Fórmula 1, Lewis Hamilton e Nico Rosberg, não poderiam ter atitudes mais diferentes às vésperas da corrida que pode ser decisiva no Brasil.

Mesmo tendo visto Hamilton vencer com propriedade as duas últimas etapas, Rosberg tem 19 pontos de vantagem e, caso abra mais sete no GP do Brasil, no final de semana que vem, será o campeão já em Interlagos. Isso significa, por exemplo, uma vitória simples, mesmo com Hamilton em segundo.

A vantagem do alemão é considerável: mesmo que Hamilton vença em Interlagos - algo inédito em sua carreira - e Nico chegue em segundo, bastará que o resultado se repita duas semanas depois, em Abu Dhabi, para que o filho de Keke Rosberg se sagre campeão pela primeira vez.
Por conseguinte, Hamilton já começa a ver o vice, que seria o segundo em 10 anos de F-1, como uma forte possibilidade.

"Não acho que dá para se preparar para perder. Mas tenho experiência: perdi em 2007 e nada será tão doloroso quanto aquilo. E é claro que perdi corridas em campeonatos na minha carreira [antes da F-1]. Agora estou em uma situação na qual a chance de eu perder é maior do que de ganhar. É difícil engolir, mas é isso. Mas seguirei em frente. Ainda tenho três títulos. Só espero que os problemas de confiabilidade se resolvam para o ano que vem."

A menção à confiabilidade não é por acaso. O inglês acredita que a quebra do motor quando liderava na Malásia, na 16ª etapa, foi fundamental para que chegasse à parte final do campeonato em situação delicada. Afinal, perdeu 25 pontos praticamente garantidos na ocasião.

Corrida por corrida
Do lado de Rosberg, nem mesmo com apenas 50 pontos em jogo a abordagem mudou em relação àquela de todo o campeonato: desde o início, quando venceu quatro provas em sequência, o alemão vem dizendo que apenas pensa em ganhar cada GP, sem olhar a pontuação total.

"Ainda faltam duas corridas, tudo pode acontecer, então não penso em ser campeão. Por que perder minha energia com isso? Só tenho que viver o momento. Não estou tenso. Só existe a adrenalina normal.  Não dá para ficar pensando nos pontos durante uma corrida, você fica muito focado em lutar, em atacar em cada prova", garante o piloto, que tem uma temporada a mais no currículo do que Hamilton.

Perguntado se ficaria incomodado caso se sagrasse campeão do mundo com quatro segundos lugares nas quatro últimas provas, o vencedor das duas últimas edições do GP Brasil seguiu com seu discurso.

"Não pensei nisso, então não posso responder. Mas ficaria contente em vencer no Brasil. Isso eu posso dizer."

As atividades para o GP do Brasil começam com os treinos livres, na próxima sexta-feira. A largada, no domingo, será às 14h.

UOL Esporte

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