Clubes começam a se lançar no mercado das criptomoedas

(Foto: Pixabay)


O futebol é um dos esportes em que mais circulam grandes quantias de dinheiro atualmente. Devido a todas essas movimentações financeiras, alguns clubes estão abrindo os olhos para as criptomoedas, que chegaram com um dos objetivos de facilitar pagamentos e transações financeiras, além de ser um investimento.

As criptomoedas se baseiam na tecnologia do blockchain, que visa transações seguras e rápidas entre duas partes. A mais famosa delas, o Bitcoin, já vem se popularizando e se expandindo entre diversos setores. Como não poderia ser diferente, o mercado futebolístico também vem testando diferentes usos das criptomoedas. Apesar de ainda não ser uma adoção expressiva, podemos observar alguns casos.

É difícil saber se essa moda vai pegar ou não. Mas por se tratar de uma tecnologia moderna, as criptomoedas acompanham a tendência dos próprios torcedores de também se tornarem cada vez mais digitais, além de ser uma opção rápida e pouco custosa para as transações. 

Nos últimos anos, observamos times que passaram a aceitar criptomoedas em suas lojas online, clubes que criaram suas próprias moedas, e até mesmo uma contratação de um jogador em um time turco que foi pago em Bitcoins. Para entender o cenário atual, confira alguns exemplos nacionais e internacionais de clubes e órgãos que uniram futebol e criptomoedas.

UEFA

A UEFA, Confederação Europeia de Futebol, testou em 2018 a venda de ingressos de uma partida Real Madrid x Atlético de Madrid em um aplicativo habilitado para blockchain. A tecnologia do blockchain é famosa pela sua segurança. Para a venda desses ingressos, os objetivos eram facilitar as operações, além de impedir duplicação de ingressos e fraudes deste tipo. A emissão dos ingressos com base no blockchain se mostrou eficaz para evitar falsificações.

Benfica

O Benfica anunciou em 2019 que aceitaria o pagamento de ingressos e produtos oficiais com Bitcoin e Ethereum na loja online do time. O CEO do Benfica informou que a adoção das criptomoedas como pagamento veio com a intenção do clube ficar à frente em relação às novas tecnologias, considerando que muitos dos torcedores e apoiadores são adeptos do universo digital. Além disso, também foi uma estratégia de expansão global, facilitando as compras para torcedores que não estão em Portugal. A parceria se deu com a empresa portuguesa Utrust, com sede na Suíça, que criou um sistema de pagamento de criptomoedas.

Gibraltar United

O Gibraltar United foi o primeiro time de futebol a pagar seus jogadores com criptomoedas. Pioneiro, o clube semi-profissional de Gibraltar seguiu as tendências do país, que vem buscando trazer legitimidade às criptomoedas. Pablo Dana, dono do time, acredita que o uso da tecnologia blockchain ajudará a reduzir a corrupção tão presente no meio do esporte. 

Cruzeiro de Cachoeirinha

O Cruzeiro de Cachoeirinha, do Rio Grande do Sul, anunciou em 2018 o lançamento da sua própria ICO (Initial Coin Offering). As ICOs são arrecadações de dinheiro a partir das vendas iniciais de uma criptomoeda. O objetivo do time foi arrecadar R$ 60 milhões para construir seu novo estádio. Entre os apoiadores do projeto, os torcedores que tivessem os maiores investimentos poderiam dar palpites em decisões do clube, como, por exemplo, em relação às contratações, vendas de jogadores e escalações.

Atlético Mineiro

Também em 2018 o Atlético Mineiro lançou sua própria moeda digital, o GaloCoin. A ideia foi alavancar o programa de sócios do clube. Com a criptomoeda, os torcedores têm prioridade para comprar ingressos e adquirir produtos do e-commerce da marca, como camisas e uniformes, além de outras vantagens especiais e descontos. A cotação da moeda acompanha o valor do Real, na proporção de um para um, e pode ser adquirida pelo site oficial. Com o GaloCoin, o torcedor também pode ter um cartão de débito pré-pago para facilitar ainda mais suas transações. 

Avaí

O Avaí, clube catarinense, criou o Avaí token. Com o custo de 1 dólar, a ICO visou arrecadar investimentos em prol de projetos do clube, como a volta para a série A do campeonato brasileiro. Os investidores tinham prioridade em compras de ingressos e outros produtos. O objetivo também foi captar investimentos no continente europeu, asiático e norte-americano. A tecnologia das criptomoedas facilita esse tipo de transação entre o Brasil e o exterior. Infelizmente, os objetivos financeiros do clube não foram alcançados e os recursos foram devolvidos aos investidores.

Ronaldinho Gaúcho

Não são só clubes que lançam suas próprias moedas. Ronaldinho Gaúcho, em parceria com a empresa chinesa NEO, lançou a Ronaldinho Soccer Coin. O astro cedeu sua imagem para a criptomoeda, que iniciou as vendas em 2018 e também visa organizar torneios de futebol online em realidade virtual (eSports), além de uma plataforma de apostas e um marketplace. 

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