Um triste abanbono

Honda anuncia que deixa a F-1 em 2009

A montadora japonesa Honda anunciou nesta quinta-feira que não irá disputar a próxima temporada do Mundial de Fórmula 1. O motivo da saída da equipe, pela qual o brasileiro Rubens Barrichello competiu nos últimos três anos, são os reflexos da crise financeira mundial.

"A Honda vai deixar a Fórmula 1 e 2008 foi a sua última temporada. Esta decisão difícil foi tomada em conseqüência da rápida queda da indústria automobilística, provocada pelas "subprimes" (créditos hipotecários de alto risco) americanas, o estreitamento do crédito e a recessão das economias mundiais", afirmou o presidente Takeo Fukui.

A decisão prejudica, além de Barrichello, Bruno Senna e Lucas Di Grassi, que tinham esperanças de correr pela equipe no próximo ano. O outro piloto seria o inglês Jenson Button.

Com a decisão da Honda, os diretores Ross Brawn e Nick Fry vão em busca de um possível comprador para a estrutura da escuderia japonesa, em Brackley, no Reino Unido. Especula-se que a Ferrari poderia ser a fornecedora de motores para a nova equipe.

Estima-se que, em 2008, a Honda teve um orçamento de US$ 398,1 milhões (cerca de R$ 982,7 milhões), perdendo apenas para Toyota, McLaren e Ferrari.

Mesmo assim, seu melhor resultado foi apenas um terceiro lugar conquistado por Barrichello no GP da Inglaterra. A equipe encerrou a temporada na nona colocação no Mundial de Construtores, com 14 pontos.

Essa foi a terceira passagem da Honda pela F-1. Desde 2000 quando voltou como fornecedora de motores da BAR, a marca japonesa conquistou apenas uma vitória - GP da Hungria de 2006 com o inglês Jenson Button - e tinha a sua marca como equipe desde 2006, quando se tornou a principal acionista da mesma BAR.

O maior sucesso da Honda foi nos anos 80 e final dos anos 90, quando foi campeã cinco vezes seguida como fornecedora de motores de Williams e McLaren, sendo que na última foi tricampeã com Ayrton Senna em 1988, 1990 e 91.

A crise financeira e o crédito reduzido nos países desenvolvidos têm afetado diretamente a Fórmula 1. O GP da Austrália tem um déficit de 27 milhões de dólares e a França desistiu da prova de 2009 em conseqüência do contexto econômico.

O presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), Max Mosley, fez um alerta em outubro sobre a viabilidade econômica da Fórmula 1 e pediu às escuderias que apresentassem propostas para reduzir custos.

Mosley advertiu que perder mais duas equipes criaria uma "situação insuportável". "Atualmente, temos 20 carros em competição, se perdermos duas equipes teríamos apenas 16 e o grid de largada deixaria de ser confíavel", disse na época.

A empresa japonesa já havia anunciado na quinta-feira uma redução da produção de automóveis e informou que não renovará o contrato de 760 funcionários temporários até o fim de janeiro

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