Ex-chefão da F1 sobre ação de Massa: "Só se preocupa com dinheiro"

(Foto: Mark Thompson/Getty Images)


Depois de ter dito que não se lembrava das declarações sobre a temporada 2008 de F1 que levaram ao pleito de Felipe Massa pelo título, o ex-chefão da categoria Bernie Ecclestone deu seu parecer diante do litígio do piloto brasileiro. Ao jornal suíço "Blick", o britânico declarou que as motivações do ex-ferrarista seriam financeiras, e ainda sugeriu que o heptacampeão Lewis Hamilton também deveria judicializar a decisão do título de 2021, que perdeu para Max Verstappen.

- O clã Massa só se preocupa com dinheiro. Mas as chances de isso (modificação do resultado) acontecer são zero. (Lewis) Hamilton e a Mercedes poderiam também ter entrado com uma ação judicial contra a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) após a final não muito limpa de 2021 em Abu Dhabi - disse Ecclestone.

A assessoria do piloto da Stock Car foi procurada pela reportagem do ge mas, a princípio, preferiu não se manifestar. Os advogados de Massa enviaram nesta terça-feira para a Ferrari, Renault (hoje Alpine na F1), Flavio Briatore, Pat Symonds e Steve Nielsen um requerimento formal de preservação de documentos. A ação determina a conservação de provas em um caso que pode ir à justiça.

O ex-F1 se refere aos documentos do episódio do "Singapuragate"; a batida intencional de Nelson Piquet Jr no GP de Singapura que determinou os rumos finais da temporada 2008. O campeão do ano em questão foi Lewis Hamilton, por um ponto de vantagem sobre o brasileiro.

Em março, Ecclestone disse que ele e Max Mosley (então presidente da FIA) já sabiam do plano organizado por Briatore para beneficiar Fernando Alonso e ajudar o bicampeão a vencer a corrida em Marina Bay. Porém, optaram por não agir para “proteger o esporte de um grande escândalo”.

A intencionalidade da batida só se tornou pública em 2009, quando o resultado do ano anterior já não poderia ser alterado conforme o regulamento esportivo da época.

Em entrevista exclusiva ao Globo Esporte e ao ge no último mês, Massa falou pela primeira vez sobre a ação pelo título, disse se considerar campeão do mundo e chamou o "Singapuragate" de roubalheira. O brasileiro voltou a comentar o caso durante a etapa de Goiânia da Stock Car, onde o ex-presidente da FIA e ex-chefe da Ferrari, Jean Todt, também esteve presente - mas evitando declarações sobre a ação.

No começo deste mês a F1 pediu que Massa não fosse ao GP da Itália. Vale lembrar que o brasileiro é embaixador da categoria, que ainda solicitou, em Monza, a remoção de um cartaz de apoio a Felipe - colocado no circuito italiano em frente aos boxes da Ferrari.

Lembrando de Abu Dhabi

Embora tenha dito em março deste ano, também, que não considerava Lewis Hamilton heptacampeão devido ao Singapuragate, Ecclestone se manifestou a favor do piloto da Mercedes. O veterano foi protagonista de outro desfecho polêmico de campeonato: ele perdeu o título de 2021 na última corrida do ano, no GP de Abu Dhabi, para Max Verstappen.

Após ultrapassar o holandês na largada, Hamilton liderou a prova até as quatro voltas finais, quando a batida de Nicholas Latifi acionou o safety car. Verstappen aproveitou para fazer seu último pit stop e, após uma série de decisões controversas do então diretor de provas Michael Masi, deu o bote no rival e venceu a corrida, faturando seu primeiro título da carreira.

A Mercedes protocolou protestos após a corrida, que foram rejeitados pelos comissários da FIA. Depois de sugerir a intenção de levar o caso para a Corte Arbitral do Esporte (CAS), entretanto, a equipe e o próprio Hamilton desistiram de apelar da decisão do título. Masi acabou deixando a F1 e a categoria, em conjunto com a federação do esporte, reconheceu erro nos procedimentos da prova.

Globo Esporte

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