Africanos, calor e pressão: os "rivais" dos favoritos do Brasil na São Silvestre

(Foto: David Abramvezt)


Giovani dos Santos e Joziane Cardoso são as esperanças do Brasil para acabar com o domínio africano e consequente jejum de vitórias brasileiras na São Silvestre, prova de 15km cuja 92ª edição será disputada, neste sábado, último dia de 2016, nas ruas de São Paulo. Recolocar o Brasil no alto do pódio pela primeira vez desde 2010 dentre os homens e desde 2006, dentre as mulheres, não é uma tarefa nada fácil. Além de ter de vencer as feras etíopes e quenianas, a dupla precisará superar o forte calor de cerca de 30 graus esperado para manhã deste sábado e a pressão da torcida brasileira.


A largada feminina é às 8h20 (de Brasília) e a masculina por volta das 9h, ambas na Avenida Paulista, mesmo local da chegada, mas em alturas diferentes.

– Podemos acabar com o jejum africano. Nós estamos prontos e bem preparados. Não é fácil correr com esse calor, enfrentar os fortes africanos e a pressão, mas a gente tem condição de chegar em primeiro para dar alegria aos torcedores brasileiros – comentou Giovani, que subiu cinco vezes ao pódio da São Silvestre e tem como maiores rivais neste ano o queniano William Kibor e o etíope Dawitt Admasu, atual campeão.

Joziane já virou uma especialista em quebrar tabus relacionados ao domínio africano. Em 2014, ela acabou uma hegemonia de sete anos das rivais na Meia Maratona de São Paulo. E, neste ano, ela venceu a Meia Maratona do Rio de Janeiro após dez vitórias consecutivas de corredoras da África. Na ocasião, Giovani levou a melhor entre os homens, acabando com tabu de oito anos.

– Eu tenho quebrado alguns tabus. Venci no Rio e em São Paulo. Quem sabe chegou a hora de eu ganhar a São Silvestre e acabar com mais um jejum. Eu venho evoluindo muito e espero ser campeã aqui em São Paulo, se não for neste ano, no próximo – disse ela.

A paranaense é quem terá a parada mais dura. O nível das adversárias está altíssimo. A principal delas é a campeã da maratona olímpica da Olimpíada do Rio 2016, a queniana Jamina Sumsong, que debuta na prova. A outra é a etíope Ymer Aylew, tricampeã da São Silvestre (2008, 2014 e 2015).

– As africanas têm um nível muito alto, mas eu treinei muito e estou confiante. Teremos a campeã olímpica, uma tricampeã da prova. Não adianta ir no ritmo delas desde o começo. O melhor é talvez fazer uma prova mais estratégica, para crescer no final. 

A experiência é algo que motiva a dupla brasileira. Giovani, de 35 anos, e Joziane, de 32 anos, acreditam que a rodagem pode fazer a diferença, principalmente na subida da Avenida Brigadeiro Luiz Antônio. Considerado o trecho mais difícil da prova, ele antecede a reta de chegada, na Paulista.

– Eu trabalho minha mente e procuro entrar sempre bem concentrado, também me ajuda a minha experiência, de idade e por ter corrido várias vezes a São Silvestre. Eles vão sofrer na subida da Brigadeiro – falou Giovani.

A São Silvestre reunirá cerca de 30 mil corredores de diversas partes do mundo, que percorrerão 15 km por ruas e avenidas de São Paulo. A largada será na Avenida Paulista, altura da rua Ministro Rocha Azevedo, e a chegada em frente ao prédio da Fundação Cásper Líbero. A programação no dia da prova começará às 8h20, com a categoria Cadeirantes. Em seguida, será a vez da elite feminina, às 8h40.  A partir das 9h será a vez das pessoas com deficiência, pelotão de elite masculino e pelotão geral (masculino e feminino), nesta ordem.

Globo Esporte

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