Portuguesa reclama do Botafogo com desmanche da Arena e vai a delegacia

(Foto: Thiago Lima)


A Arena Botafogo termina em caso de polícia. Nesta quarta-feira, na última semana de desmanche das instalações provisórias, Botafogo e Portuguesa não falaram a mesma língua. A retirada da estrutura por parte do Alvinegro – como por exemplo ar condicionado dos vestiários e cabines, iluminação do campo e câmeras de segurança –, apesar de prevista em contrato, já não caiu bem entre os dirigentes da Lusa. Mas a gota d'água aconteceu na madrugada desta quarta-feira, quando houve uma escavação para retirada as quatro bases de concreto que ficavam sob o solo e sustentavam os refletores ao redor do gramado.


Alegando má fé, a Portuguesa foi até a 37ª DP, na Ilha do Governador, e registrou a ocorrência. Mas a "AKF Construções & Montagens", empresa contratada pelo Botafogo para o desmanche, comprovou que recebeu ordens no contrato para demolir as bases. Com isso, a polícia considerou que não poderia abrir precedente contra a firma. Sem conseguir caracterizar como dano ao patrimônio privado, a Lusa, se quiser levar a história adiante, terá que entrar na esfera cível e processar o Botafogo. Fato é que a boa relação entre os clubes ficou abalada.

– A gente não tem nada contra o Botafogo, agradecemos a torcida que sempre se comportou muito bem no estádio, torcemos pelo êxito deles, sempre tentamos ajudar. O Botafogo estava com dificuldade de campo, a gente cedeu o espaço aqui sem cobrar aluguel. Cobramos melhorias em nosso estádio, legado. O que aconteceu? No final da parceria, onde o clube cresceu, conseguiu uma Libertadores... Não estou querendo dizer que foi por causa da Arena, mas na nossa concepção ajudou bastante – reclamou Marcelo Barros, vice-presidente de futebol da Lusa, que questionou:

– Eu queria que eles definissem o que é legado. É o que, uma pintura na parede? Quer dizer que quando você aluga uma casa, faz uma obra, quando você sair no final vai demolir o que construiu? Você retira os móveis, as coisas que são suas, não o que fez de benfeitorias. Eu queria que o presidente do Botafogo dissesse para a Portuguesa o que eles acham que é benfeitoria. Que fique bem claro que a Portuguesa não pode ficar nessa briga entre Flamengo e Botafogo. Essa briga é deles, não é nossa. Eles têm que entender que não estão prejudicando o Flamengo, e sim a Portuguesa. A pior coisa do ser humano é a ingratidão.

Procurado pela reportagem, o vice-presidente de estádios do Botafogo, Anderson Simões, que esteve na obra na tarde desta quarta, preferiu não se manifestar sobre o assunto. O Alvinegro, que gastou R$ 5 milhões para montar o estádio, tem até sábado para terminar o desmanche. Ainda resta parte da arquibancada do Setor Norte, além da retirada de todo o material nos arredores do campo. Por enquanto, o Flamengo observa a situação, já que o contrato assinado com a Portuguesa – válido por três anos – começa a vigorar só dia 1º de janeiro de 2017.

(Foto: Thiago Lima)
Globo Esporte

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